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Curiosity mede em Marte a quantidade de um elemento essencial para a vida

Por| Editado por Rafael Rigues | 28 de Junho de 2022 às 17h00

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NASA
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Graças a dados do rover Curiosity, da NASA, uma equipe de cientistas conseguiu medir pela primeira vez a quantidade total de carbono orgânico em rochas marcianas. Este é um dado importante, já que permite compreender a quantidade de material disponível para a química prebiótica e, quem sabe, para processos biológicos.

O carbono orgânico é formado por um átomo de carbono ligado a um de hidrogênio, e é a base para moléculas orgânicas usadas por seres vivos — mas é importante lembrar que, apesar do "orgânico" no nome, a presença do composto em Marte não significa, necessariamente, a existência de vida, já que ele também pode ser formado por reações químicas ou ocorrer em meteoritos, por exemplo.

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Apesar de já ter sido encontrado por lá, as medidas anteriores de carbono orgânico indicavam apenas informações de compostos particulares ou representavam somente uma parte do carbono nas rochas. Agora, a nova medida indica a quantia total de carbono orgânico nelas. “Encontramos pelo menos 200 a 273 partes por milhão de carbono orgânico”, disse Jennifer Stern, autora principal do novo estudo.

A quantidade é comparável àquela encontrada em rochas em lugares pouco amigáveis para a vida na Terra, como o Deserto do Atacama. Para chegar a este resultado, o Curiosity perfurou amostras de 3,5 bilhões de anos na Yellowknife Bay, uma formação na cratera Gale, a qual já abrigou um antigo lago em Marte.

Stern explica que o local pode ter oferecido um ambiente com condições para a vida, caso ela tenha existido por lá. Depois da coleta, o Curiosity inseriu as amostras no instrumento Sample Analysis at Mars, que aqueceu o material até alcançar altas temperaturas. O experimento combinou as amostras com oxigênio e calor produzir dióxido de carbono, cuja quantidade serviu para definir a quantidade do carbono orgânico nas rochas.

O processo permitiu que o instrumento também coletasse medidas da proporção dos isótopos (uma versão do elemento com massa levemente diferente, em função de um ou mais nêutrons no núcleo do átomo) de carbono, importantes para ajudar a entender a origem dele. “A composição isotópica pode realmente nos dizer qual porção do carbono total é orgânica e qual é mineral”, explicou a autora.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences; Via: NASA