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Conheça as três missões que serão lançadas ao Planeta Vermelho em julho de 2020

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Emirates Mars Mission
Emirates Mars Mission

Neste mês de julho, teremos a oportunidade de acompanhar o lançamento de três missões bem empolgantes: a NASA, a China e os Emirados Árabes Unidos (EAU) enviarão nas próximas semanas suas respectivas naves, preparadas para chegar a Marte em busca de sinais de vida antiga e de novas pistas sobre o passado do Planeta Vermelho.

O fato de todos esses lançamentos acontecerem quase ao mesmo tempo não é coincidência. É que há uma curta janela, um período em que a Terra e Marte estão próximos o suficiente para a viagem mais rápida possível, gastando assim menos combustível. Se as agências espaciais conseguirem realizar os lançamentos com sucesso, as naves chegarão ao destino em fevereiro. Senão, terão que aguardar até 2022.

Essas missões são de grande importância, já que Marte é o próximo alvo de exploração humana, depois que a NASA estabelecer a presença permanente de astronautas na Lua. Antes de enviar pessoas ao Planeta Vermelho, no entanto, é preciso saber o máximo possível sobre as condições do planeta, seus fenômenos naturais, estações do ano, e possíveis bioassinaturas.

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Também serão missões de grande importância para fomentar o conhecimento acadêmico, em especial no caso da Hope Mars. Para entender melhor as diferenças entre as missões, vamos conhecer um pouco mais de cada uma.

Hope Mars

O primeiro lançamento interplanetário será a missão dos Emirados Árabes Unidos (EAU), conhecida como Hope Mars, ou Missão Emirates Mars. Ela está programada para ser lançada em 14 de julho, levando consigo três instrumentos científicos para estudar a atmosfera, o clima e o tempo do planeta. As observações podem ajudar os pesquisadores a entender melhor a transição de Marte de um mundo quente e úmido para o planeta frio e deserto de hoje.

A sonda Hope foi construída pelo Centro Espacial Mohammed bin Rashid dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com a Universidade do Colorado Boulder, a Universidade Estadual do Arizona e a Universidade da Califórnia em Berkeley.

Trata-se da primeira missão científica planetária liderada por uma nação árabe-islâmica, o que certamente será uma inspiração para as próximas gerações. Até porque o objetivo principal da Hope Mars é justamente "acelerar o desenvolvimento de nosso setor acadêmico", nas palavras de Omran Sharaf, líder da missão que também faz parte da celebração do 50º aniversário dos Emirados Árabes Unidos.

Inclusive, o próprio nome da sonda traz essa mensagem: ela se chama “Hope” ou “Al-Amal”, pois tem como objetivo enviar uma mensagem de otimismo a milhões de árabes em todo o mundo e incentiva-os a inovar.

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Com a sonda robótica na órbita de Marte, a equipe por trás da missão poderá monitorar o que acontece na atmosfera marciana durante um ano inteiro, e também fará conexões entre as camadas atmosféricas do planeta. Isso ajudará a ciência a entender melhor o clima por lá, e também poderá fornecer conhecimentos sobre como Marte perdeu parte de sua atmosfera ao longo dos últimos bilhões de anos de sua história.

Os instrumentos a bordo da sonda Hope Mars são uma câmera sensível a comprimentos de onda ópticos e ultravioletas, e um espectrômetro ajustado ao infravermelho e à luz ultravioleta. Eles farão medições simultâneas para que os cientistas possam colocar esses dados juntos, sincronizando-os aos instantes em que foram coletados.

Sua órbita também deverá ser ajustada para permitir duas visões diferentes do planeta — uma em que ele fica sob a sonda, e outra em que a sonda acompanha os movimentos do planeta, observando o mesmo ponto ao longo do tempo. Com isso, será possível criar um mapa completo da atmosfera marciana.

Todos os dados obtidos pela missão serão disponibilizados para 200 universidades e institutos de pesquisa em todo o mundo com o objetivo de compartilhar conhecimento.

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Tianwen-1

A China fará seu lançamento um pouco mais de uma semana após a Hope, no dia 23 de julho. Esta será a primeira missão do país em Marte e deverá voar ao espaço em um foguete Long March 5. A Tianwen-1 consiste em um orbitador, um lander e um rover do tamanho de um pequeno carrinho de golfe. Se tudo correr bem, a China se tornará apenas o terceiro país, depois da União Soviética e dos Estados Unidos, a pousar uma espaçonave em Marte.

O nome Tianwen é inspirado em um antigo poema chinês, e pode ser traduzido como “as perguntas celestiais” ou “perguntas ao céu”. Os detalhes da Tianwen-1, tais como local de pouso, ainda não foram divulgados pelas autoridades chinesas, que são bastante silenciosas sobre suas missões espaciais.

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Mas sabemos que o orbitador tem seis instrumentos, incluindo uma câmera de alta resolução, um magnetômetro e um espectrômetro mineral, que permitirá aos membros da equipe saber a composição das rochas da superfície. Também há seis instrumentos no rover, incluindo uma estação meteorológica, um detector de campo magnético e um radar capaz de penetrar no solo e detectar gelo de água abaixo da superfície a uma profundidade de cerca de 100 metros. A China também pretende, em algum momento, trazer amostras do solo marciano para seus laboratórios.

Mars 2020 (Perseverance)

A missão da NASA já devia ter sido lançada, mas acabou sendo adiada algumas vezes. Na última prorrogação, houve um problema com o foguete Atlas V, que será o responsável por enviar o rover Perseverance rumo a Marte. Agora, a missão está programada para ser lançada a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, em 30 de julho e aterrissar na Cratera Jezero de Marte, em 18 de fevereiro 2021.

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A equipe da missão Mars 2020 pretende trazer material do Planeta Vermelho para a Terra. O rover Perseverance, de 1.050 kg, é a peça central da missão, e terá sete instrumentos a bordo para analisar a geologia da Jezero. Também buscará sinais de antiga vida de Marte nas rochas da cratera, que abrigava um lago e o delta de um rio, bilhões de anos atrás.

O robô também coletará e armazenará em cache algumas dezenas de amostras para estudos. Este material será trazido para a Terra em uma futura missão, talvez em 2031, em uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia. Cientistas de laboratórios de todo o mundo examinarão o material marciano à procura sinais de vida e pistas sobre a história evolutiva do planeta.

Além disso, a Mars 2020 também visa estabelecer bases para missões tripuladas no Planeta Vermelho, que a NASA quer enviar na década de 2030. Para isso, o Perseverance está equipado com um radar de penetração no solo que buscará por gelo, recurso necessário para seres humanos. Outro dos instrumentos do rover vai gerar oxigênio a partir da fina atmosfera marciana.

Por fim, a missão levará consigo um helicóptero de 1,8 kg chamado Ingenuity, que se libertará do lander após o pouso e fará alguns voos rápidos, apenas para testar a usabilidade desse tipo de veículo no espaço aéreo marciano. Esta será a primeira exploração aérea de um mundo além da Terra.

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Ansiosos pelos lançamentos das missões em Marte? Fique ligado pois o Canaltech trará informações sobre cada um deles.

Fonte: Space.com