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Composição do núcleo de Marte é revelada graças a ondas sísmicas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 25 de Abril de 2023 às 11h51

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NASA/JPL-Caltech/University of Maryland
NASA/JPL-Caltech/University of Maryland
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Ondas sísmicas foram observadas viajando através do núcleo de Marte pela primeira vez por cientistas. Eles identificaram as ondas através dos dados coletados pelo lander InSight, da NASA, que permitiram medir características do núcleo do Planeta Vermelho. Foi assim que eles descobriram que o núcleo do planeta é formado por uma liga de ferro líquido, com altas quantidades de enxofre e oxigênio.

A sonda InSight foi aposentada em dezembro de 2022, mas os dados que coletou enquanto esteve em atividade em Marte vão render descobertas por vários anos — prova disso é o novo estudo, em que os cientistas analisaram dois tremores ocorridos em 2021 em lados opostos do planeta em relação ao lander, e conseguiram determinar características do núcleo de Marte.

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Para entender o que há no interior do planeta e o que o torna tão diferente da Terra, eles acompanharam a progressão de dois eventos sísmicos diferentes: um foi causado por um “martemoto”, e o outro, por um grande impacto de um meteoroide. Depois, eles compararam o tempo com que as ondas levaram para viajar pelo planeta e pelo núcleo, com o tempo das ondas que se mantiveram no manto.

Ao combinar estas informações com outras medidas sísmicas, eles conseguiram estimar a densidade e nível de compressão do material através do qual as ondas viajaram. Portanto, os resultados indicam que, provavelmente, Marte tem um núcleo totalmente líquido — para comparação, considere que o núcleo externo da Terra é líquido, e o interno, sólido.

Ainda, a equipe conseguiu inferir alguns detalhes sobre a composição do núcleo de Marte. Ele parece conter uma quantidade surpreendentemente grande de enxofre, carbono, hidrogênio e oxigênio, elementos leves, o que sugere que 20% da massa do núcleo é formada pelos elementos. A porcentagem é alta, e difere de forma significativa da proporção dos elementos leves no núcleo da Terra.

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Em outras palavras, isso indica que o núcleo marciano é muito menos denso e pode ser mais comprimido que o do nosso planeta, sugerindo diferentes condições de formação dos planetas. “A singularidade do núcleo da Terra permite gerar um campo magnético que nos protege dos ventos solares e nos permite manter a água. O de Marte não gera este escudo protetor, então as condições da superfície do planeta são hostis para a vida”, observou o coautor Nicholas Schmerr.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academies of Sciences.

Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences; Via: University of Maryland, NASA