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Como o Sistema Solar seria afetado por um sobrevoo estelar?

Por| Editado por Rafael Rigues | 11 de Julho de 2022 às 18h15

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Flickr/Philippe Put
Flickr/Philippe Put

Uma equipe de astrofísicos liderada por Garett Brown, graduando da Universidade de Toronto, investigou como “sobrevoos estelares” podem afetar a estabilidade do Sistema Solar a longo prazo. Os sobrevoos estudados ocorrem quando estrelas se aproximam da nossa vizinhança, e o estudo mostrou que devem acontecer somente em um futuro bem distante.

Quando o assunto é a formação do Sistema Solar, a teoria mais amplamente aceita é a da Nebulosa Solar, que descreve que o Sol foi formado a partir de uma grande nebulosa de gás e poeira que sofreu colapso gravitacional. A poeira e gás que sobraram formaram um disco ao redor de nossa estrela que, lentamente, deu origem aos planetas que formam nossa vizinhança cósmica.

Uma versão dela propõe que o Sol nasceu de perturbações desta nebulosa, que podem ter sido causadas por sobrevoos próximos de outras estrelas, ou até alguma supernova; outra teoria diz que o Sol nasceu há cerca de 4,5 bilhões de anos em um aglomerado estelar, e que teria abandonado seu "berço" no passado.

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Pensando nestas teorias, Brown e seus colegas investigaram como uma estrela membro de um aglomerado (e, portanto, sujeito a sobrevoos estelares) poderia afetar o Sistema Solar.

Para calcular as possíveis perturbações causadas por sobrevoos estelares, eles realizaram milhares de simulações com o supercomputador Niágara, da Universidade de Toronto. No fim do processo, a equipe descobriu que os efeitos dos sobrevoos estelares dependem, na verdade, do potencial que a estrela visitante tem para perturbar o sistema; por isso, os sobrevoos podem causar instabilidades consideráveis, capazes de expulsar planetas ou causar colisões entre eles.

No caso do Sistema Solar, as perturbações teriam que ser causadas por alguma estrela realizando sobrevoos muito próximos de nós — e a boa notícia é que encontros estelares do tipo iriam, provavelmente, demorar um longo tempo para acontecer. “Descobrimos que as mudanças críticas até a órbita de Netuno teriam que estar na ordem de 0,03 unidades astronômicas ou 4,5 bilhões de metros para ter algum impacto na estabilidade do Sistema Solar a longo prazo”, escreveram.

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Eles estimam que algum sobrevoo estelar crítico do tipo iria ocorrer uma vez a cada 100 bilhões de anos na região em que o Sistema Solar se encontra, capaz de afetar sua arquitetura atual sem, necessariamente, destruí-lo. Caso este cenário ainda pareça preocupante, saiba que sobrevoos estelares ocorrem com frequência a anos-luz de nós, sem influenciar nosso “quintal cósmico”.

Além disso, vale lembrar que até algo do tipo acontecer, a Terra já vai estar inabitável há muito tempo. “Considerando que o Sol vai se expandir e engolir a Terra em cerca de 5 bilhões de anos, se distanciar fisicamente de outras estrelas não é um problema com o qual precisamos nos preocupar”, ressaltou Brown.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Journal.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Journal; Via: Universe Today