Como a NASA vai coletar a cápsula com amostras do asteroide Bennu?
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

As amostras do asteroide Bennu, coletadas pela missão OSIRIS-REx, estão a caminho da Terra e devem chegar em 24 de setembro. Enquanto o grande dia não chega, as equipes da missão estão treinando e aprimorando os procedimentos necessários para recuperar o material, que vai pousar no deserto de Utah, nos Estados Unidos.
- 10 curiosidades sobre o asteroide Bennu
- Esta é a última foto do asteroide Bennu tirada pela sonda OSIRIS-REx
Foi em 2020 que a sonda OSIRIS-REx pousou no asteroide Bennu, coletando amostras de poeira e rochas de sua superfície. Em setembro, a nave vai sobrevoar a Terra e deixar a cápsula com cerca de 250 g amostras, marcando o fim de sua missão primária. Ela será liberada para pousar em uma área elíptica, uma das etapas mais desafiadoras da missão.
A tarefa não é simples: as amostras precisam chegar à Terra protegidas do calor e vibrações da reentrada na atmosfera terrestre e, claro, de compostos contaminantes do nosso planeta. “Assim que a cápsula de amostras pousar, nossa equipe vai correr contra o tempo para recuperá-la e levá-la para a segurança de uma sala limpa temporária”, disse Mike Moreau, vice-gerente de projeto no Centro Goddard de Voos Espaciais.
A NASA terá equipes de recuperação posicionadas no local, que vão recuperar a cápsula no local de pouso e levá-la para uma sala limpa portátil por lá. Além disso, vão coletar amostras de solo e ar do local onde a cápsula pousar, para depois identificar se há possíveis materiais contaminantes na amostra do asteroide. Quando a cápsula estiver na sala, os membros da missão a deixarão pronta para o transporte ao Centro Espacial Johnson, da NASA, em Houston.
Depois que chegar, os cientistas vão abri-la e distribuir 25% do material para análises dos membros da missão OSIRIS-REx; o restante será preparado para estudos realizados por outros cientistas. A análise das amostras do Bennu pode ajudar a examinar a formação dos planetas e as origens da vida, além de melhorar os conhecimentos sobre asteroides que têm potencial para atingir a Terra — incluindo o Bennu.
É possível que moléculas precursoras da vida estejam nos asteroides, mas, para descobrir se eles as trouxeram à Terra há bilhões de anos, os cientistas precisam estudar amostras que não foram contaminadas por compostos do nosso planeta — e é aqui que entram as amostras do Bennu, tão cuidadosamente protegidas. “Uma amostra pura pode trazer informações sobre o desenvolvimento do Sistema Solar”, explicou Jason Dworkin, cientista de projeto da OSIRIS-Rex.
Fonte: NASA