Cientistas criam nova mensagem para tentar contato com alienígenas
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Uma mensagem atualizada, com informações introdutórias sobre matemática, química e biologia, foi desenvolvida por uma equipe liderada por Jonathan Jiang, do Laboratório de Propulsão a Jato, na NASA. Eles criaram a mensagem para enviá-la a seres extraterrestres e incluíram também um “endereço” do nosso local na galáxia para ajudar os possíveis ouvintes a responder o contato.
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A proposta da mensagem foi descrita em um artigo chamado Beacon in the Galaxy (ou “Farol na Galáxia”, em tradução literal). A ideia é transmitir alguns conceitos básicos da matemática e física, escolhidos como uma forma de estabelecer um canal de comunicação universal. Além disso, a mensagem conta também com ilustrações de dois humanos, com informações sobre anatomia, o DNA e tabela periódica.
Quase todas as mensagens interestelares precisam ter bem definido o que será dito e como dizê-lo. Pensando nisso, a equipe do estudo decidiu prepará-la em mapas de bits, formados por códigos binários usados para produzir imagens de pixels. Por fim, eles incluíram um “endereço” para resposta, que permitirá que qualquer possível ouvinte extraterrestre consiga identificar nossa localização na Via Láctea e, assim, inicie uma conversa interestelar.
Jiang e seus colegas ainda vão decidir de onde tentariam enviar a mensagem. Uma opção é o Allen Telescope Array, na Califórnia, e outra é o radiotelescópio Five-Hundred-Meter Aperture Spherical Radio Telescope (FAST), na China. Estas instalações foram escolhidas porque são as únicas que sobraram para pesquisadores que trabalham com a busca por vida extraterrestre, após a destruição do observatório de Arecibo.
O autor reconhece que ambos foram projetados para “escutar” o universo, não “conversar” com seres nele, e que será necessário instalar equipamentos em qualquer um dos dois para transmitir a mensagem. A tarefa não será fácil, mas é possível — e ele já está em discussões com pesquisadores do FAST para descobrir como colocá-la em prática.
Se tudo correr bem, a equipe calculou que o ideal seria transmitir a mensagem em algum momento entre março e outubro, devido ao ângulo entre o Sol e a Via Láctea.
O envio de mensagens a seres extraterrestres sempre ocupou uma posição controversa em uma comunidade que é focada, principalmente, em ouvir possíveis transmissões, não em enviá-las. Caso haja seres inteligentes universo afora, não se sabe quais deles a ouviriam — e menos ainda o que fariam com nosso “endereço” no espaço.
“Não vivo com medo de uma invasão, mas outras pessoas, sim.”, disse Sheri Wells-Jensen, especialista em questões linguísticas e culturais associadas a design de mensagens interestelares. Para ela, embora seja difícil conseguir consenso global para o envio ou não das mensagens, não significa que isso não deva ser feito. “É nossa responsabilidade enfrentar isso e incluir quantas pessoas for possível”, finalizou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.
Fonte: arXiv; Via: Scientific American, Futurism