Chuva de meteoros Delta Aquáridas atinge pico na madrugada de quinta-feira (29)
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 28 de Julho de 2021 às 13h40
Durante a madrugada de terça-feira (28) para quarta-feira (29), por volta das 2h (horário de Brasília), teremos a oportunidade de ver a chuva de meteoros Delta Aquáridas Austrais (Delta Aquariids ou Delta Aquarídeos Austrais) atingir seu pico. Trata-se de uma chuva com duplo radiante melhor visualizada para os habitantes do hemisfério Sul.
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Todos os anos, a Delta Aquáridas acontece entre os dias 14 de julho e 18 de agosto, com a taxa de meteoros por hora atingindo o ponto máximo na madrugada de 28 para 29 de julho. Entretanto, mesmo alguns dias antes e depois, a chuva proporciona uma boa quantidade de "estrelas cadentes" para apreciarmos.
Existem dois radiantes para essa chuva, o boreal (para o hemisfério Norte) e o austral (no hemisfério Sul). Este último é o mais ativo dos dois, com taxas que variam de 13 a 30 meteoros por hora. Eles são amarelos ou amarelo-azulados, com traços longos e não muito brilhantes, e riscam o céu em velocidades moderadas.
O ponto negativo é que, durante o final de julho, teremos uma lua minguante gibosa, que é mais brilhante do que gostaríamos. Isso pode atrapalhar um pouco a observação dos meteoros, mas não a prejudicará por completo, principalmente se você encontrar um céu aberto longe de luzes artificiais.
Origem da Delta Aquáridas
As chuvas periódicas são resultado da passagem de cometas pela órbita terrestre. À medida que se aproximam do Sol, eles deixam para trás uma nuvem de detritos, e eles ficam por lá mesmo. Com isso, sempre que nosso planeta passa por aquele ponto, nossa gravidade atrai alguns desses objetos.
Ainda não se sabe ao certo a origem desses meteoros, mas os astrônomos consideram que estejam associados ao cometa 96P/Machholz, descoberto em 1986. Os cometas Marsden e Kracht Sungrazing também já foram candidatos a "pai" dessa chuva de meteoros.
O 96P/Machholz completa uma volta ao redor do Sol a cada 5 anos, aproximadamente, percorrendo uma distância relativamente curta. Em sua máxima distância do Sol, ele ultrapassa apenas a órbita de Júpiter, e durante sua máxima aproximação com a nossa estrela ele ultrapassa a órbita de Mercúrio.
Como observar a chuva de meteoros Delta Aquáridas
Embora o radiante seja na constelação de Aquário, próximo da estrela Delta Aquarii, não é preciso necessariamente olhar para lá. O ponto radiante é apenas de onde os meteoros parecem vir, mas eles percorrem diferentes trechos do céu noturno.
A chuva pode produzir uma taxa de 25 meteoros por hora, um bom espetáculo para observadores pacientes, embora o brilho da Lua possa ocultar alguns deles. No início de agosto, a Delta Aquáridas ainda estará com uma boa taxa de meteoros e a Lua crescente oferecerá bem menos luminosidade.
Neste ano, o radiante da Delta Aquáridas contará também com a presença de um ilustre visitante: Júpiter. É que, durante o pico da chuva de meteoros, o planeta estará bem pertinho da estrela Delta Aquarii. Isso é bom, pois a constelação de Aquário é relativamente fraca, e o gigante gasoso pode ser facilmente encontrado no céu, caso o observador saiba identificá-lo — e existem apps que ajudam nesta missão.
Fonte: EarthSky