China testa IA para defesa orbital contra ataques espaciais
Por Danielle Cassita • Editado por Rafael Rigues |

Em um novo estudo, uma equipe de cientistas chineses sugere que um veículo de transporte orbital (como um "porta satélites"), controlado por uma inteligência artificial (IA) e equipado com centenas de cubesats, poderia servir para patrulhar e até combater ataques no espaço. A ideia é que a plataforma liberasse os satélites nos momentos certos com a ajuda de uma IA, defendendo dispositivos espaciais da China de forma rápida e eficiente.
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O estudo foi liderado por Zhang Jin, professor da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa em Changsha, na China. Para a equipe, estudar a melhor estratégia para uma IA controlar um veículo de transporte teria forte valor econômico e militar — e a complexidade de uma batalha espacial do tipo seria algo além das capacidades do cérebro humano e até de alguns dos mais poderosos algoritmos de IA.
Zhang e seus colegas sugeriram o uso da IA para planejar a missão através de respostas a perguntas relacionadas à direção de órbitas de transferência, o momento de liberação dos cubesats e quando aconteceriam os encontros com outros satélites. Para isso, eles criaram um algoritmo capaz de controlar quatro plataformas orbitais, com o objetivo de inspecionar nove alvos hostis em menos de um dia.
O algoritmo foi testado em um modelo orbital de alta precisão, sendo também comparado a um algoritmo híbrido considerado um dos métodos de otimização mais populares. Os resultados foram surpreendentes: o algoritmo desenvolvido por eles era 227 vezes mais rápido que o outro, e encontrou o melhor resultado em apenas quatro minutos em 20 rodadas de testes.
De acordo com a equipe, o algoritmo conseguiu elaborar uma missão com a menor quantidade de combustível consumida, oferecendo uma rota que custaria 96 kg de combustível e 68 horas de execução; já a missão com menor tempo possível iria durar 18 horas, custando 950 kg de combustível. Por fim, eles ressaltam que o "porta satélites" poderia servir também para abastecimento e manutenção de espaçonaves em órbita.
Fonte: SCMP