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China e Rússia revelam como será a construção de sua base na superfície da Lua

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Junho de 2021 às 12h15

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CNSA/Roscosmos
CNSA/Roscosmos

Na quarta-feira (16), foi realizada a Global Space Exploration Conference (GLEX), em São Petersburgo. Durante o evento, oficiais da China e da Rússia trouxeram algumas novidades sobre sua futura base lunar chamada International Lunar Research Station (ILRS), uma empreitada realizada em conjunto por ambos os países. Além disso, as nações convidaram parceiros internacionais para participarem da construção da base lunar. 

Os oficiais dos dois países apresentaram detalhes e um cronograma para a construção da base. A primeira fase do projeto, de  reconhecimento, envolve a coleta de dados e verificação de pousos de alta precisão entre 2021 e 2025, com as missões chinesas Chang’e 4, 6 e 7, além das russas Luna 25, 26 e 27, bem como outras de possíveis missões de parceiros.

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Depois, vem a fase de construção, esta sendo dividida em duas etapas. A primeira, com início em 2026 e fim em 2030, envolve verificações de tecnologia, coleta e retorno de amostras, entrega de cargas e o início das operações conjuntas, com as missões Chang’e 8, Luna 28 e, talvez, contribuições internacionais. Já a segunda etapa inclui a finalização da infraestrutura de órbita e superfície para o uso de energia, comunicação, recursos e outras tecnologias. Os veículos de lançamento superpesados da Rússia foram listados para lançar as missões ILRS-1 até 5, que serão focadas em recursos de comunicação, tecnologias, uso de recursos locais e instalações de pesquisa e exploração. 

A fase final, de utilização, deve ser iniciada de 2036 em diante, incluindo instalações científicas e equipamentos para estudos da Lua e sua estrutura, além de observações da Terra e do espaço a partir do terreno lunar. Um vídeo publicado pela Roscosmos mostrava orbitadores e satélites de transmissão, veículos ascendentes e descendentes, infraestrutura de superfície para fornecimento de energia e comunicação, robôs capazes de “saltar” e mini rovers inteligentes.

A China já havia revelado no ano passado os planos para criar a estação; depois, em março de 2021, o país assinou um memorando de entendimento com a Rússia, para ambos construírem e trabalharem na futura estação de pesquisa. Assim, os países apresentaram alguns domínios para a cooperação com possíveis parceiros, e Yanhua Wu, vice-administrador da CNSA, afirmou que, ainda neste ano, as duas nações devem produzir um documento legal com os detalhes dos princípios da ILRS. 

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Segundo ele, já houve discussões com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a agência espacial francesa CNES, enquanto países como Tailândia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos mostraram interesse no projeto — mas reforçou que essas conversas ainda são iniciais. Sergey Saviliev, vice-diretor geral de cooperação internacional da Roscosmos, afirmou na conferência que, embora a China e Rússia não tenham sido abordadas por nenhuma empresa privada, o projeto deverá ser inclusivo e aberto a todos os interessados. 

Como a ILRS ainda é um projeto bastante novo, ainda há vários desafios pela frente, e Wu destacou que a apresentação era uma versão “inicial” do cronograma. Quando questionado sobre quando os primeiros chineses devem pisar na Lua, Wu afirmou que o foco atual está voltado para a estação espacial chinesa, que acaba de receber os três primeiros taikonautas em órbita, e não deu datas para um pouso na Lua. “Esperamos ser capazes de enviar nossos pesquisadores à superfície lunar no futuro para eles realizarem missões”, disse.

Fonte: Space.com, Space News