Chang’e 6: sonda da China entra na órbita da Lua
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
A missão chinesa Chang’e 6 entrou na órbita lunar na quarta (7). Agora, ela se prepara para pousar no lado afastado do nosso satélite natural, onde vai coletar cerca de 2 kg de amostras. Se tudo correr bem durante os 53 dias de missão, o material vai ser trazido à Terra.
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Segundo informações da Administração Espacial da China (CNSA), a sonda liberou o pequeno satélite Icube-Q na órbita lunar. A ideia é que ele torne sua órbita cada mais circular como parte dos preparativos para o pouso na superfície da Lua.
Após a entrada na órbita, a Chang’e 6 vai trabalhar em conjunto com o satélite de transmissão Queqiao 2 para realizar manobras de correção orbitais, que são necessárias para a tentativa de pouso. Devido ao bloqueio de marés, a Lua mantém sempre uma mesma face voltada para a Terra; por isso, é necessário usar alguma espaçonave de retransmissão para a comunicação com espaçonaves que estejam no lado afastado.
O esperado é que a Chang’e 6 desça à cratera Apollo, localizada na Bacia do Polo Sul-Aitken. Esta é uma cratera de impacto que mede aproximadamente 2.500 km de diâmetro e fica no lado afastado da Lua. Coletar amostras dali e estudá-las pode ajudar os cientistas a encontrar pistas importantes sobre a história da Lua e sua evolução.
Após o pouso, a Change’ 6 vai obter amostras da superfície e de material escavado a até 2 km de profundidade. Depois, o regolito lunar e rochas obtidos vão ser armazenados em um módulo de ascensão, que vai se encontrar com a sonda na órbita lunar. Em seguida, as amostras vão ser transferidas para o módulo de reentrada, componente criado para resistir à passagem pela atmosfera da Terra.
Tudo dando certo, a Chang’e 6 acaba com a cápsula pousando na Terra, marcando mais um sucesso do programa espacial chinês. Como o nome indica, a Chang’e 6 é a sexta missão lunar do país e faz parte do programa de exploração lunar, que vai tentar levar taikonautas (nome dado aos astronautas chineses) à superfície lunar na próxima década
Fonte: CNSA