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Calor extremo de "musgo" do Sol é desvendado

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Nature Astronomy/Souvik Bose/Creative Commons 4.0
Nature Astronomy/Souvik Bose/Creative Commons 4.0

Cientistas descobriram o mecanismo por trás do aquecimento extremo de uma estrutura solar apelidada de “musgo”, uma formação na atmosfera do Sol identificada pela primeira vez em 1999. Os resultados mostraram que correntes elétricas nas linhas de campos magnéticos contribuem para o calor intenso.

Os tais musgos — que recebem esse nome por sua semelhança com alguns tipos de musgo encontrados na Terra — são encontrados em regiões de forte atividade magnética, como os arredores de grupos de manchas solares.

Aparecendo abaixo dos loops coronais de plasma, os musgos se estendem pela cromosfera e coroa, mas os cientistas ainda não sabem como eles estão conectados às camadas inferiores. Suas temperaturas podem ir de 5.500 ºC até quase 50 milhões de graus Celsius.

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Estudos anteriores de outras estrelas semelhantes ao Sol mostraram que essas estruturas podem estar relacionadas às emissões nessas camadas atmosféricas. Contudo, observações de alta resolução do Sol não mostraram essa correlação em pequenas escalas.

Usando técnicas de aprendizado de máquina e observações da cromosfera e da coroa solar baixa em escalas de apenas algumas centenas de quilômetros, os autores do novo estudo descobriram uma forte correlação entre o aquecimento na cromosfera e as emissões na região superior.

A correlação ocorre nas regiões de campo magnético forte, indicando que eles são importantes nesse mecanismo. De fato, ao combinar as observações com simulações 3D, os autores notaram que correntes elétricas contribuem para o aquecimento do musgo solar — tudo graças aos campos magnéticos.

Nessas regiões ativa ao redor dos grupos de manchas solares, existem emaranhados de linhas de campos magnéticos que criam correntes elétricas, que por sua vez aquecem o material em uma ampla faixa de temperaturas.

Essa descoberta pode ajudar os cientistas a finalmente entender por que a coroa solar é muito mais quente que a superfície, mas "esta é apenas uma peça do quebra-cabeça; isso não resolve todo o problema", segundo Souvik Bose, autor do estudo e pesquisador da Lockheed Martin Solar. Muito estudo vai ser necessário, incluindo futuras missões para observação de nossa estrela.

O artigo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature AstronomyNASA