Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Bebida sideral: empresa da França prepara vodca com meteorito

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Junho de 2024 às 06h00

Link copiado!

N. Bartmann, ESO/M. Kornmesser, S. Brunier, N. Risinger
N. Bartmann, ESO/M. Kornmesser, S. Brunier, N. Risinger

A francesa Pegasus Distillerie criou uma vodca especial — ou, melhor dizendo, espacial. Não, não estamos falando de ingredientes da Dinamite Pangalática, drink apresentado em O Guia do Mochileiro das Galáxias, do escritor britânico Douglas Adams, mas sim do destilado produzido pela empresa a partir da infusão do meteorito Huntsman (b). Encontrado em 1977 em Nebraska (EUA), o objeto parece ter caído na Terra em 1910 e é do tipo condrito.  

Isso significa que Huntsman (b) pertence à classe dos meteoritos rochosos mais comuns e é feito principalmente de minerais de silicatos. Ele tem cor escura e crosta de fusão (uma camada de vidro formada conforme o meteorito é queimado pela fricção com o ar) irregular, e seu interior contém pedacinhos de ferro e níquel. 

A Terra é atingida por quase 50 toneladas de meteoros e meteoritos todos os dias, mas como a maioria deles é queimada na atmosfera, passam despercebidos. Já Huntsman (b) parece ter vindo para nosso planeta naquele ano porque, na época, ele foi encontrado a alguns quilômetros de outro objeto.

Continua após a publicidade

Para os astrônomos, ambos são pedaços de uma única rocha espacial que acabou queimada ao atravessar a atmosfera. Independentemente das suas origens ou data de chegada, é certo que Huntsman (b) chegou às mãos de Maxime Girardin, fundador da Pegasus Distillerie, que decidiu em 2021 que gostaria de tentar algo diferente.

Inspirado por sua paixão pelo céu noturno nascida durante um período de voluntariado na África do Sul, Girardin percebeu que gostaria de dar um toque espacial às receitas da empresa e adquiriu o ingrediente — que, no caso, era o meteorito Huntsman (b). Depois, a vodca Shooting Star foi envelhecida em ânfora, um tipo de pote de barro poroso tradicional da Itália.

A ideia era que o oxigênio penetrasse o objeto e atuasse como um aglutinante entre a vodca e os minerais do meteorito. “De alguma forma, ele desperta uma área especial em sua língua. Ele fica em sua língua por minutos e minutos", comentou Vincent Girardin, pai de Maximine. "Na verdade, não é apenas o sabor. A sensação na boca é uma experiência própria", acrescentou.

E, afinal, é realmente seguro beber ou comer um meteorito? Bem, para geólogos, o consumo inusitado não deve oferecer grandes riscos. Apesar de o objeto ter recebido radiação no espaço, tanto as rochas no nosso planeta e até nossos corpos também têm suas respectivas doses radioativas.

Por exemplo, considere as bananas: o potássio delas as torna levemente radioativas, mas mesmo assim é seguro comê-las. "Suspeito que um condrito comum seja muito menos letal do que outras coisas encontradas na vodca", brincou Randy Korotev, geoquímico lunar aposentado da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. 

Fonte: Mashable, PopSci