Publicidade

Astrônomos descobrem auréola gigante envolvendo a Via Láctea

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
Spitzer Space Telescope/NASA/JPL-Caltech/R. Hurt
Spitzer Space Telescope/NASA/JPL-Caltech/R. Hurt

Enquanto estudavam o gás quente que a Via Láctea, astrofísicos encontraram evidências de campos magnéticos gigantes que atravessam o halo de matéria escura da nossa galáxia. Segundo os autores, os resultados trazem as primeiras medidas detalhadas das emissões vindas do halo ao redor da galáxia

Liderados pelo astrofísico He-Shou Zhang, os pesquisadores trabalharam com os raios X vindos das chamadas “bolhas eROSITA”. Descobertas em 2020, tais bolhas são estruturas encontradas em cada lado do centro galáctico. Elas se estendem por mais de 45 mil anos-luz em cada lado e são alimentadas por grandes fluxos de gás e plasma. 

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Quando as bolhas foram descobertas, os cientistas consideraram primeiro que elas estavam relacionadas a alguma fonte emissora — um dos suspeitos era Sagitário A*, o buraco negro encontrado no centro da Via Láctea. Se a atividade deste titã cósmico rendesse a formação de jatos, o calor e a energia emitidos poderiam ter formado as bolhas.

A outra possibilidade era uma explosão de formação estelar. Apesar de estar tranquila agora, nossa galáxia pode ter passado por algum período de formação estelar tão intensa que pode ter gerado energia e calor para formar as bolhas, que se expandiram pelo halo galáctico. 

Para descobrir se este era o caso, Zhang e seus colegas decidiram investigar os campos magnéticos. O que acontece é que, quando a luz atravessa um campo magnético, ela fica orientada de acordo com sua direção. Este processo é chamado de polarização, e permite que os cientistas identifiquem a direção do campo magnético que polarizou a fonte luminosa. 

Ao estudar a polarização da luz emitida pelas bolhas eROSITA, os pesquisadores encontraram filamentos de magnetização tão grandes que, se fossem visíveis a olho nu, seriam 150 vezes maiores que a Lua cheia. Estas grandes estruturas sugerem que, de fato, as bolhas vieram da formação estelar.

Gabriele Ponti, astrofísica e coautora do estudo, comentou que a descoberta mostra que a Via Láctea pode ejetar fluxos poderosos, apesar de ser uma galáxia “quieta” como outras. “Talvez a Via Láctea esteja nos revelando um fenômeno comum em galáxias semelhantes à nossa, ajudando-nos assim a esclarecer o crescimento e a evolução desses objetos”, finalizou ela. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy

Fonte: ScienceAlert