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Asteroide Psique pode ter componente rochoso escondido em seu interior

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Fevereiro de 2022 às 17h50

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O asteroide 16 Psyche (ou Psique) parece ter menos metal e mais rochas em sua composição do que os cientistas pensavam até então. É o que indica um novo estudo, conduzido por pesquisadores das Universidades de Brown e Purdue. Apesar de a luz refletida pela rocha indicar que ela tem superfície metálica, os autores do estudo descobriram que o Psique pode ter algum componente rochoso oculto, que explicaria a baixa densidade observada nele.

Psique é um asteroide que orbita o Sol no Cinturão de Asteroides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ele é do tipo M, ou seja, é composto principalmente por ferro e níquel, mas, quando a luz refletida por ele é observada da Terra, levanta dúvidas sobre sua estrutura. O reflexo indica que, de fato, a superfície dele é principalmente metálica, o que levou os cientistas a considerarem que o Psique talvez seja o núcleo de ferro de algum corpo planetário primordial — cenário questionado em um estudo realizado no ano passado.

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Entretanto, medidas da massa e da densidade dele sugerem que a rocha é muito menos densa do que o esperado para um objeto com mais de 200 km de diâmetro, feito de ferro. Então, se o Psique fosse totalmente metálico, ele teria que ser altamente poroso.

“O que queríamos com este estudo era descobrir se um corpo de ferro do tamanho do Psique poderia manter 50% da porosidade, e descobrimos que isso é muito improvável”, disse Fiona Nichols-Fleming, autora principal do estudo.

Ela e sua equipe trabalharam com um modelo computacional para estimar como a porosidade de um grande objeto de ferro evolui com o tempo. O modelo mostrou que, para continuar altamente poroso, a temperatura interna do Psique teria que ter caído para menos de 800 K (ou 526,86 ºC) logo após sua formação, algo pouco provável para um objeto com o tamanho do asteroide.

No fim, os autores concluíram que o Psique provavelmente não é poroso e totalmente formado por ferro, e que há chances de haver algum componente rochoso responsável por diminuir sua densidade. Uma possibilidade é que o asteroide seja formado por um manto rochoso e um núcleo de ferro, cuja atividade ferrovulcânica teria levado grandes porções do núcleo à superfície do Psique; como resultado, ele teria acabado revestido por ferro.

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A missão Psyche

Estudos anteriores já mostraram que o ferrovulcanismo, ou seja, atividade vulcânica que expele ferro, é possível em um corpo como o Psique. Independentemente do caso, é certo que mais estudos serão necessários para entender a formação deste asteroide — e, em breve, os cientistas terão a oportunidade de observá-lo melhor. É que, no fim do ano, a NASA planeja lançar a missão Psyche com destino a este asteroide.

A nave, que leva o nome da rocha espacial, irá viajar em uma jornada de 450 milhões de quilômetros, e deverá alcançá-la depois de quatro anos. Se, de fato, for o núcleo exposto de um planeta, enviar uma missão ao Psique é praticamente uma oportunidade de observar o interior de planetas rochosos, como o nosso, que geralmente estão escondidos sob o manto e a crosta. Durante a missão, a nave não irá utilizar o propelente normalmente utilizado em foguetes, mas sim um sistema de propulsão a íons.

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Os painéis solares da sonda vão gerar eletricidade que alimentará um novo tipo de propulsor, sem a necessidade de suprimentos de combustível. Neste caso, a energia produzida será usada para converter o gás xenônio (um gás nobre) em íons de xenônio, expelidos da nave em um brilho azulado, que vão proporcionar o empuxo necessário e gradual para chegar ao seu destino. Além disso, a nave conseguirá também assistência gravitacional de Marte.

Durante a visita à rocha, a sonda Psyche irá coletar medidas de alta precisão do campo magnético dela, junto de mapas da topografia do asteroide; juntas, estas medidas devem revelar o que há no interior dele. A missão irá também testar a comunicação a laser, uma nova tecnologia que poderá ajudar missões futuras a enviar mais informações à Terra através das ondas de rádio. A missão Psyche deve ser lançada em agosto de 2022.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista JGR: Planets.

Fonte: JGR: Planets; Via: Brown University, NASA