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Psique: planeta "fracassado" do Sistema Solar vem sendo cada vez mais estudado

Por| 27 de Outubro de 2020 às 08h20

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Maxar/ASU/P. Rubin/NASA/JPL-Caltech
Maxar/ASU/P. Rubin/NASA/JPL-Caltech

Descoberto em 1852, o asteroide 16 Psique não é uma novidade para os astrônomos, mas se tornou alvo de grande interesse por suas características peculiares. Ele chama tanto a atenção que a NASA anunciou uma missão para enviar uma sonda em 2022, com previsão para chegar por lá em 2026. Agora, uma nova pesquisa trouxe uma perspectiva diferente sobre o objeto.

Ele fica no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, mas está longe de ser apenas mais uma das muitas rochas que habitam essa região. Com diâmetro que ultrapassa os 250 km, Psique é o asteroide de maior massa entre todos os asteroides metálicos do tipo M. Grande parte de sua composição consiste em ferro, e tudo indica que ele provavelmente é um protoplaneta que falhou em seu desenvolvimento.

O novo estudo foi liderado pela cientista planetária Tracy Becker, do Southwest Research Institute, e traz as primeiras observações ultravioleta do objeto. Publicado no The Planetary Science Journal, o artigo mostra pela primeira vez dados mais sólidos sobre este asteroide. Se anteriormente os cientistas já haviam percebido que ele é denso e amplamente metálico, o novo estudo mostra que ele pode ser o “único asteroide totalmente feito de ferro e níquel”, disse Becker.

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Isso reforça ainda mais a suspeita de que Psique pode mesmo ser um protoplaneta fracassado. Se pararmos para pensar, a própria Terra tem um núcleo de metal, além do manto e da crosta, então “é possível que, enquanto o protoplaneta Psique estava se formando, ele foi atingido por outro objeto em nosso Sistema Solar e perdeu seu manto e sua crosta”. Isso explica porque ele teria parado de se desenvolver.

Para este estudo, Becker observou o asteroide em dois pontos específicos em sua rotação para visualizar ambos os seus lados. Isso permitiu saber o máximo possível sobre toda a sua superfície em comprimentos de onda ultravioleta, e revelando pela primeira vez alguns fenômenos, como uma possível oxidação que pode ser resultado do vento solar atingindo a superfície. Além disso, a rocha parecia cada vez mais refletiva em comprimentos de onda ultravioleta mais profundos.

O estudo é promissor porque antecipa a missão da sonda que ainda vai demorar um pouco para chegar perto do Psique, e oferece novos indícios de que esta é, de fato, uma oportunidade incrível de ver o interior de um planeta antes da formação de sua crosta. “Entender o que realmente constitui um planeta e potencialmente ver o interior de um planeta é fascinante”, disse Becker. “Assim que chegarmos a Psique, vamos realmente entender se é esse o caso, mesmo que não saia como esperamos. Sempre que há uma surpresa, é sempre emocionante”, conclui a cientista.

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Fonte: EurekAlert