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Asteroide potencialmente perigoso é "redescoberto" em teste de defesa planetária

Por| Editado por Rafael Rigues | 06 de Junho de 2022 às 13h10

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Em um execício de defesa planetária, um asteroide potencialmente perigoso foi removido da base de dados de monitoramento para que astrônomos verificassem se conseguiriam encontrá-lo rapidamente. O exercício contou com mais de 100 participantes de 18 países, que redescobriram a rocha espacial já conhecida pela comunidade científica. A atividade mostrou que a comunidade de defesa planetária pode agir com eficiência e rapidez para identificar e avaliar os perigos de asteroides próximos e recém-descobertos.

O exercício foi realizado com dados da aproximação mais recente do asteroide Apophis, ocorrida entre dezembro de 2020 e março de 2021. Os astrônomos já sabiam da aproximação da rocha espacial no início de dezembro, e para deixar o exercício mais realista, não relacionaram novas observações do asteroide com outras mais antigas. Quando o Apophis se aproximou, os levantamentos astronômicos não tinham registros dele; portanto, era como se fosse um asteroide desconhecido.

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Já no dia 4 de dezembro daquele ano, o asteroide começou a ficar mais brilhante. O programa de monitoramento Catalina Sky Survey, da NASA, fez detecções iniciais e enviou os dados de astrometria (a posição dele no céu) para o Minor Planet Center. Como, propositalmente, não havia dados prévios do Apophis, o asteroide foi registrado como uma detecção completamente nova. Depois, houve outras detecções de outros observatórios.

Conforme a rocha espacial se moveu para o campo de visão da missão Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer (NEOWISE), também da NASA, o Minor Planet Center uniu suas observações com aquelas realizadas por telescópios em solo, para mostrar o movimento do objeto no céu. No fim do mês, veio o resultado: a instituição anunciou a descoberta de um “novo” asteroide próximo da Terra.

Riscos de colisão do asteroide

Os participantes do exercício logo coletaram novos dados para analisar a órbita do objeto e verificar se poderia se chocar com a Terra. Durante a nova aproximação do asteroide em março de 2021, os astrônomos tiraram fotos e coletaram medidas precisas da velocidade e distância do asteroide; as observações, combinadas com medidas de outros observatórios, permitiram refinar a órbita dele.

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O Apophis foi descoberto em 2004 e, na época, os cientistas consideravam haver uma chance significativa de a rocha se chocar com a Terra em 2029, ano em que fará uma nova aproximação do nosso planeta; novos dados mostraram não haver riscos de algo do tipo acontecer pelos próximos 100 anos ou mais.

No caso do estudo, os participantes descartaram a possibilidade de um impacto acontecer em 2029. “Ver a comunidade de defesa planetária se unir durante a aproximação mais recente do Apophis foi impressionante”, disse Michael Kelley, cientista que auxiliou os participantes.

Ao entender melhor o tamanho do asteroide, os cientistas do Ames Research Center conseguiram estimar a energia de impacto que uma rocha espacial do tamanho de Apophis poderia liberar. Além disso, eles simularam também localizações de impacto realistas na superfície da Terra que, no caso de uma situação real, poderiam ajudar as autoridades a evacuar pessoas em áreas de risco.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Planetary Science Journal.

Fonte: Planetary Science Journal; Via: NASA