Asteroide atinge a Terra nesta quarta (4), mas não há motivo para pânico
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
Um asteroide recém-descoberto vai atingir a Terra a milhares de quilômetros por hora nesta quarta (4). Parece assustador? Pois pode ficar tranquilo, pois o objeto é pequeno e inofensivo — mas promete uma bela bola de fogo no céu das Filipinas, que é onde vai acontecer o impacto.
Chamado CAQTDL2, o asteroide parece ter diâmetro de apenas 1 metro e foi detectado pelo Catalina Sky Survey, levantamento apoiado pela NASA. O impacto deve acontecer sobre as Filipinas às 13h45 no horário de Brasília, ou 00h45 no horário local.
Os astrônomos acreditam que o objeto vai atingir a Terra a 63.360 km/h, velocidade dentro da média para objetos do tipo. “Não se deixe enganar pelos filmes de Hollywood em que você vê a coisa vindo pelo céu e tem tempo de sair correndo de casa, pegar o gato, entrar no carro e dirigir para algum lugar. Você não tem tempo para fazer isso”, brincou Alan Fitzsimmons, professor da Universidade de Queen.
Como o asteroide é pequeno, não há necessidade de evacuação e nem de nenhuma medida semelhante. Isso não significa que o evento vai passar despercebido: a entrada do objeto na atmosfera deve render uma bola de fogo tão luminosa quanto a Lua, o objeto mais brilhante do céu noturno.
A má notícia é que a emissão luminosa pode passar despercebida. “A tempestade tropical Yagi/Enteng por perto vai tornar difíceis as observações da bola de fogo”, alertou a Agência Espacial Europeia em uma publicação no X/Twitter.
Fitzsimmons explicou que, devido ao tamanho, o objeto não vai causar nenhum dano em solo, e que a atmosfera da Terra vai nos proteger bem. “Ele vai queimar e explodir inofensivamente como uma bola de fogo muito impressionante”, acrescentou.
Duas a três rochas espaciais deste tamanho atingem a Terra todos os anos, e os cientistas estão conseguindo detectá-las cada vez mais cedo. “O aspecto realmente positivo disso é que os telescópios de pesquisa agora são bons o suficiente para detectar essas coisas que estão chegando e nos dar um pequeno aviso”, acrescentou o professor.
Imagine só: se o objeto fosse maior e mais perigoso, seria muito mais brilhante e provavelmente teria sido detectado bem antes. “Esta é uma ótima demonstração de que os sistemas de monitoramento atuais estão fazendo um ótimo trabalho”, ressaltou ele. “Provavelmente, estamos detectando a cada ano em média um asteroide pequeno antes que ele atinja a atmosfera, e os sistemas de pesquisa estão ficando cada vez melhores”, finalizou.
Fonte: ESA, NewScientist