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As galáxias Pequena e Grande Nuvem de Magalhães têm um escudo protetor

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Setembro de 2022 às 09h09

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CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/SMASH/D. Nidever
CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/SMASH/D. Nidever

Astrônomos encontraram um halo de gás ao redor das Grande e Pequena Nuvem de Magalhães, protegendo-as de colisões com outras galáxias. O “escudo” gasoso ajuda as galáxias anãs a manterem o material formador de estrelas enquanto elas caem lentamente na Via Láctea.

O sistema Magalhães é uma dupla de pequenas galáxias satélites que orbitam entre si, sendo ambas puxadas em direção à Via Láctea. Nessa jornada com destino trágico decretado implica da perda de gás formador de novas estrelas.

No entanto, ambas as galáxias anãs permanecem intactas, com uma formação estelar contínua e, digamos, “saudável”. Por isso, os cientistas intrigados decidiram procurar pelo mecanismo protetor do gás formador de estrelas do sistema Magalhães.

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Com dados do telescópio Hubble e do Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer (FUSE), já aposentado, astrônomos liderados por Dhanesh Krishnarao encontraram uma coroa: um escudo de gás quente envolvendo as duas galáxias.

Encontrar a coroa no sistema binário de galáxias anãs não é exatamente surpreendente — embora seja muito satisfatório por finalmente trazer respostas a perguntas inquietantes. A existência de coroas ao redor de galáxias no universo foi prevista há vários anos, e até mesmo encontrada em algumas delas, como Andrômeda.

No caso das Nuvens de Magalhães, a coroa se estende a mais de 100 mil anos-luz das galáxias em si, quase o diâmetro da Via Láctea. Isso cobre uma grande parte do céu do Sul, embora seja completamente invisível, mesmo para telescópios.

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Para encontrar essa coroa, foram necessários dados de 30 anos de observações em ultravioletas dos telescópios, arquivados para consulta científica. Os objetos analisados não eram as galáxias de Magalhães em si, mas quasares (núcleos galácticos ativos extremamente brilhantes).

Localizados bilhões de anos-luz atrás das duas Nuvens de Magalhães, a luz de 26 quasares atravessa a coroa do sistema de galáxias anãs e, no processo, sofre alterações devido à interação com o gás protetor. Essa foi a mesma estratégia para detectar a coroa de Andrômeda.

Com isso, qualquer objeto intergaláctico em direção à dupla de galáxias anãs terá que passar primeiro pela coroa, que absorverá parte do impacto. Do mesmo modo, se objetos mais massivos, como a Via Láctea, tentar “roubar” o material formador de estrelas das Nuvens de Magalhães por meio da atração gravitacional, levará primeiro o gás da coroa.

A descoberta foi publicada na revista Nature.

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Fonte: NASA, Nature