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Halo que envolve Andrômeda pode fornecer informações sobre seu passado e futuro

Por| 28 de Agosto de 2020 às 11h33

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NASA, ESA, J. DePasquale and E. Wheatley and Z. Levay
NASA, ESA, J. DePasquale and E. Wheatley and Z. Levay

A galáxia de Andrômeda, nossa vizinha galáctica mais próxima, tem um imenso halo de gás. Assim, em um novo estudo — que se tornou o mais abrangente dessa formação —, cientistas utilizaram o telescópio espacial Hubble, da NASA, para mapear a estrutura, e encontraram resultados surpreendentes: este halo se estende a grandes distâncias e já está chegando ao da Via Láctea. Os resultados foram publicados na revista Astrophysical Journal.

Este imenso halo é composto por um gás rarefeito e ionizado, que emite uma radiação de difícil detecção. Assim, com o programa Project AMIGA (Absorption Map of Ionized Gas in Andromeda), os pesquisadores analisaram a luz de 43 quasares bastante distantes de Andrômeda. Como eles estão espalhados por trás do halo, os pesquisadores observaram a formação através da luz dos quasares, e notaram que o halo observe essa luz com algumas variações de acordo com a região. Para estudar a luz ultravioleta emitida pelos quasares, o instrumento Cosmic Origins Spectrograph (COS) do Hubble foi utilizado para detectar gás ionizado de carbono, silício e oxigênio.

J. Christopher Howk, co-investigador do estudo, explica que este novo programa traz muito mais informações sobre a região interna do halo de Andrômeda. "Entender os grandes halos de gás envolvendo as galáxias é imensamente importante", conta a co-investigadora Samantha Berek: “essa reserva de gás contém combustível para futuras formações de estrelas na galáxia, além de fluxos de eventos como supernovas. Ele está cheio de pistas sobre o passado e evolução da galáxia, e finalmente podemos estudá-lo em detalhes em nossa vizinha mais próxima”.

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Este é o estudo mais abrangente feito sobre um halo que cerca uma galáxia, e a equipe descobriu que a estrutura do halo tem algumas camadas, onde as duas principais estão agrupadas e separadas do escudo de gás. Nicolas Lehner, autor líder da pesquisa, comenta que a parte interna que se estende por cerca de meio milhão de anos-luz é mais complexa, enquanto a mais externa é mais suave e quente. “Essa diferença é provavelmente resultado do impacto de atividade supernova no disco da galáxia, que afeta mais diretamente o halo interno”.

Como nós vivemos na Via Láctea, os cientistas não conseguem interpretar facilmente a assinatura da nossa galáxia, mas eles acreditam que o halo da Via Láctea e de Andrômeda devem ser similares. Claro, outros estudos já foram feitos para analisar halos de galáxias mais distantes, mas o halo de Andrômeda é bem mais vantajoso: como está mais próximo, o halo tem uma grande área de observação no céu, o que permite uma amostragem maior. No fim, este halo gasoso de Andrômeda está cheio de pistas sobre o passado da galáxia e o que seu futuro pode guardar — além de conferir informações sobre a evolução da nossa própria galáxia. “O projeto AMIGA nos deu uma prévia do futuro”, finaliza Lehner.

Fonte: Hubble