Aglomerado estelar na Via Láctea é astro de foto do Observatório da Unesp
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Os membros do Observatório Didático de Astronomia “Lionel José Andriatto”, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), tiraram belas fotos do aglomerado estelar Omega Centauri. As imagens foram cedidas ao Canaltech, e mostram o aglomerado formado por quase 10 milhões de estrelas unidas pela gravidade.
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Localizado na Via Láctea, Omega Centauri é um aglomerado estelar do tipo globular, com grupos de antigas estrelas. Em seu interior, há estrelas com até 12 billhões de anos separadas por distâncias 13 vezes menores que aquela entre o Sol e Alpha Centauri, estrela a apenas 4,3 anos-luz de nós.
Este vasto aglomerado é visível a olho nu, mas é difícil encontrá-lo no céu devido à poluição luminosa nas grandes cidades. "Como estávamos fazendo um teste com o novo equipamento, decidimos apontar para ele, e o resultado acabou sendo muito melhor que o esperado", contou Guilherme Bellini, membro que capturou as imagens, em entrevista ao Canaltech.
Para as imagens, a equipe do Observatório usou um telescópio especial e uma câmera fotográfica que, juntos, capturaram a foto abaixo.
O excesso de luminosidade no local onde fica o Observatório deixou a imagem com fundo acinzentado e poucas estrelas, mas isso não significa que o trabalhou acabou nesta foto. “Foram feitas 70 fotos como essa e reunidas por um software, a fim de obter-se apenas uma única imagem a partir das 70 fotos”, explicou a equipe.
Com técnicas de processamento e tratamento, eles chegaram ao resultado final:
Guilherme explica que a grande diferença entre as imagens vem do tratamento aplicado. "No tratamento, removemos ruídos eletrônicos e de temperatura que aparecem por conta da câmera", disse ele. Ainda, a poluição luminosa foi reduzida, o que conferiu mais nitidez e contraste à imagem final. "No entanto, é importante dizer que nada na foto foi adicionado artificialmente", ressaltou.
Como o aglomerado fica a 15.800 anos-luz da Terra, a foto mostra suas estrelas como eram há 15.800 anos. Ele parece ter sido formado por uma pequena galáxia que foi capturada pela Via Láctea, e há indícios de que, em seu interior, há um buraco negro.