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Zorro existiu de verdade?

Por  • Editado por Durval Ramos | 

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 TriStar Pictures
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O Prime Video está pronto para ressuscitar um dos personagens mais carismáticos do cinema: o Zorro. O herói, com atitudes questionáveis, ganhará vida na nova série do streaming que estreia no dia 19 de janeiro. Dessa vez, quem viverá o galã será Miguel Bernardeau (ator de Elite e 1899), que em 10 capítulos mostrará o mascarado indo em busca de vingar a morte do seu pai. Mas com o ressurgimento de Zorro, uma pergunta volta a assombrar a mente do público: ele existiu de verdade?

Para tristeza de muita gente, Zorro é apenas um personagem ficcional que já ganhou vida com muitos atores, entre eles o estadunidense Henry Darrow e o espanhol Antonio Banderas que estrelou uma das versões mais famosas da história, em 1998. 

O nome do personagem deriva da palavra em espanhol que quer dizer raposa, um animal astuto e sorrateiro com hábitos noturnos. Além disso, zorro também serve como adjetivo, sendo usado no caso dos homens para falar de alguém esperto e inteligente, e no caso das mulheres para se referir a uma prostituta.

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Mas afinal, existiu alguém parecido com o Zorro?

Apesar do personagem como conhecemos não ter existido na vida real e ser uma invenção do autor norte-americano Johnston McCulley, em 1919,  há um homem que inspirou o livro e foi intitulado El Zorro. Trata-se de William Lamport, um irlandês nascido em 1615, na cidade portuária de Wexford e que acabou se aventurando por vários lugares do mundo e se tornando um símbolo de luta contra a Inquisição.

Com barbas e cabelos ruivos, e pele clara — bem diferente do visual latino que dão ao personagem — William nasceu em uma Irlanda dominada pelos ingleses e aos 12 anos, se mudou para Londres para terminar os estudos. Foi lá que ele foi condenado à prisão pela primeira vez por traição à Coroa britânica, já que escreveu um panfleto rebelando-se contra os mandos e desmandos do governo inglês.

Esse fato foi determinante para transformá-lo em uma verdadeira raposa astuta. Já que depois foi capturado por piratas e começou a trabalhar com os ladrões dos mares, atacando navios ingleses. Em seguida, aos 14 anos, se envolveu em sua primeira guerra, combatendo ao lado dos franceses para acabar com o domínio dos protestantes na cidade de La Rochelle.

Quando a cidade perdeu a guerra, William mudou de lado e se alistou nas brigadas da Irlanda para lutar contra a França, e a favor da Espanha. Depois disso percorreu quase todo o continente europeu, o que permitiu que aprendesse 14 idiomas e participasse de vários conflitos armados. Aos 25 anos, em 1640, decidiu fincar raízes na Espanha e foi quando assumiu o nome de Guillén Lombardo.

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O surgimento do Zorro

Foi nessa época que o, agora, Lombardo já dava os primeiros passos para se transformar em El Zorro. Para isso, ele treinava combates com espada enquanto arrebatava os corações das moças e caia nas graças de Gaspar de Guzmán y Pimentel, o conde-duque de Olivares — braço direito do rei Felipe IV.

E se nas guerras o Zorro se garantia, com as mulheres a situação era diferente. Foi por causa de um romance com Ana de Leiva, uma nobre da corte espanhola, que ele teve que ser exilado em Nova Espanha (o que hoje conhecemos como México). Protegido por Guzmán y Pimentel, no México ele começou a trabalhar como espião entre as tribos indígenas e em meio a isso tudo aprendeu rituais com os índios, além de continuar conquistando as mais belas mulheres da região.

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Acontece que por se envolver mais do que deveria com os ideiais indígenas — ele começou a defender a reforma agrária e o fim da escravidão — o Zorro foi visto como traidor e condenado a oito anos de prisão.

Tempos depois, em 1650, armou uma fuga digna de filme e cravou o apelido de "raposa" devido à sua inteligência. Mas a esperteza do herói não era tanta quando o assunto era romance, e dois anos mais tarde ele foi pego na cama da esposa do vice-rei, don López Díaz de Armendáriz.

Sem escapatória, William foi condenado à fogueira e no dia 10 de novembro de 1659 se enforcou antes que os seus inimigos pudessem lhe matar.

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O Zorro no audiovisual

Apesar dos dois longas com Antonio Banderas (A Máscara do Zorro, em 1998 e A Lenda do Zorro em 2005) serem algumas das adaptações mais famosas da história do Zorro, o personagem já apareceu em outras tramas. Estima-se que ele tenha sido representado em mais 40 filmes e 10 séries de televisão. Entre elas uma série da Disney lançada em 1957 e protagonizada por Guy Williams.

Agora em 2024, a missão de viver o galã mascarado fica com o espanhol Bernardeau, de 27 anos de idade, que tem ganhado protagonismo nas produções internacionais. Vale lembrar que a série estreia no dia 19 de janeiro, no Prime Video.