5 Vilões da Disney que merecem um live-action próprio como Cruella
Por Beatriz Vaccari • Editado por Jones Oliveira |
O lançamento de Cruella deu continuidade à produção de filmes centrados em vilões da Disney. A primeira vez que isso aconteceu foi em 2014 com Malévola, estrelado por Angelina Jolie. A vilã é, sem dúvidas, uma das mais amadas pelos fãs dos filmes de animação e teve sua história de infância e adolescência explorada durante o live-action de uma forma que justificasse seu jeito frio e atitudes rancorosas durante o clássico A Bela Adormecida, filme no qual foi introduzida em 1959.
Em 2021, a Disney viajou até a década de 1970 em meio a revolução punk rock de Londres para contar a história da jovem Estella, uma aspirante a designer que mais tarde se tornaria a mais estilosa vilã do cinema. Em nenhum momento os estúdios têm o intuito de inocentar os atos de Cruella de Vil, mas retratar os antecedentes e a origem da antagonista de 101 Dálmatas pode entregar ao público a possibilidade de criar sua própria opinião ou, ao menos, simpatizar um pouco mais com a personagem.
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Durante as entrevistas à imprensa com o objetivo de promover o lançamento híbrido de Cruella, a atriz Emma Stone declarou uma curiosidade que gostaria de ver nas telonas: um live-action sobre Ursula, a vilã de A Pequena Sereia. A personagem foi introduzida pela primeira vez em 1989, ao mesmo tempo em que o público conheceu Ariel. Uma espécie de Bruxa do Mar com tentáculos de polvo, Ursula foi inspirada na drag queen Divine e rouba a voz da jovem Ariel em troca de um par de pernas e a ida definitiva ao mundo humano.
Nos cinemas, Ursula poderia ter sua história contada bem como aconteceu com Cruella — de uma forma que não altere os acontecimentos já retratados nos clássicos animados, diferente de Malévola. Um live-action sobre a bruxa do mar poderia muito bem retratar o que motivou seu conflito com Tritão, o Rei de Atlântida, além de explorar ainda mais suas problemáticas relações familiares, sobretudo com a irmã Morgana, conforme brevemente explicado em A Pequena Sereia 2.
Seguindo a linha de raciocínio de Emma Stone e pegando carona no lançamento de Crulla, o Canaltech resolveu selecionar 5 vilões icônicos da Disney que poderiam muito bem ter suas histórias de origem retratadas nas telonas.
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5. Capitão Gancho
Capitão Gancho já foi retratado algumas vezes em produções live-action, seja sob o selo da Walt Disney Pictures ou outro estúdio. Sabe-se também que Jude Law interpretará o cruel pirata em Peter Pan & Wendy, próximo filme exclusivo para o Disney+ que atualmente cumpre a rotina de gravações em Vancouver, no Canadá. No entanto, a história de James Hook deve ser uma das mais interessantes a ser explorada em tela, isso porque o personagem nasceu em 1911 no romance escrito por J. M. Barrie, mas as adaptações cinematográficas continuam sendo baseadas na animação clássica de 1953 da Disney, Peter Pan.
A Terra do Nunca é indiscutivelmente um dos mais interessantes e divertidos cenários a serem explorados no cinema, e uma história envolvendo o Capitão Gancho como personagem principal não precisaria necessariamente contar com a ausência de Peter Pan. Com tantos elementos a se explorar — como a tribo indígena ou o lago das sereias, além de, é claro, a toca dos Meninos Perdidos. Um filme sobre o pirata mais icônico da animação poderia desenvolver sua adolescência, os princípios da rivalidade com Peter Pan e seu trauma de crocodilos, como visto em 1953.
Se Gancho fosse cogitado a ter uma história de origem, não faltariam filmes para servir como inspiração para um roteiro além das animações Peter Pan e Retorno à Terra do Nunca: Hook - A Volta do Capitão Gancho (1991), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Robin Williams; o Peter Pan (2003) da Universal Pictures, estrelado por Jeremy Sumpter; Em Busca da Terra do Nunca (2004), com Johnny Depp e Kate Winslet e, por fim, Peter Pan (2015) com Hugh Jackman, que até então é a adaptação mais recente do conto de fadas.
4. Rainha de Copas
Sem dúvida com um dos figurinos mais marcantes de todas as animações da Disney, a Rainha de Copas surgiu sob o selo dos estúdios em 1951, em Alice no País das Maravilhas. Assim como Peter Pan, a história também surgiu de um romance literário, desta vez escrito por Lewis Carroll, em 1865. A obra já teve diversas adaptações para o teatro, mas sua versão infantil animada, bem como a releitura de Tim Burton em 2010, são as que contêm as interpretações mais famosas da personagem: Verna Felton e Helena Bonham Carter, respectivamente.
O que se sabe sobre a Rainha de Copas é apenas como Alice a coloca na primeira vez que a vê: "uma velha tirana gorda, pomposa e mal-humorada". Mesmo em poucos minutos, é possível concluir que a personagem possui uma obsessão em poder, exigindo execuções na guilhotina daqueles que não cumprem suas ordens e, em seu tempo livre, gosta de jogar críquete — mesmo que no País das Maravilhas o esporte possua um formato diferente, utilizando ouriços no lugar das bolas e flamingos no lugar dos tacos.
Assim como a Terra do Nunca, o País das Maravilhas é um excelente cenário a ser explorado, e um filme sobre a vilã pode abordar os princípios do seu casamento com o Rei de Copas, seu caminho à realeza e o conturbado relacionamento que possuiu com a irmã mais nova, a Rainha Branca — conforme colocado por Tim Burton em Alice no País das Maravilhas, já que na obra literária elas não não familiares e tampouco convivem numa mesma linha do tempo.
3. Mamãe Gothel
Uma das vilãs mais icônicas dos filmes recentes da Disney também merece ter um longa-metragem próprio. O que se sabe sobre a Mamãe Gothel, de Enrolados, é sua obsessão pela juventude e beleza eterna, que a levou a capturar um bebê recém-nascido e criá-lo como se fosse sua própria filha — tudo por causa de uma flor mágica que possuia poderes rejuvenescedores ativados por uma simples canção.
Gothel deve ser a vilã da Disney cujo passado é o mais explicado durante um filme que não é necessariamente seu. Por mais que no contexto de Enrolados ela já seja uma mulher idosa cuja aparência só está preservada por conta da mágica, ela é uma mulher performática, com talentos de canto, dança e atuação. Tudo indica que Gothel foi uma atriz de sucesso quando era mais nova, mas, por conta do envelhecimento, acabou tendo de abandonar a carreira teatral — isso retratado num filme próprio explicaria, por exemplo, sua obsessão por parecer uma mulher mais jovem o tempo todo.
Gothel também é uma mulher com ações egoístas diante de parcerias e aliados, com muitas dificuldades em fechar pechinchas e cumprir acordos (como visto em Enrolados, quando ela se junta aos irmãos Stabbington para se vingar de Flynn Ryder). Além de tudo isso, ela ainda possui uma filha biológica, Cassandra (apresentada em As Enroladas Aventuras da Rapunzel), que foi negligenciada durante a infância até enfim ser abandonada quando a mãe capturou Rapunzel e a deixou nas mãos dos guardas do palácio de Corona.
2. Dr. Facilier
Também conhecido como Homem das Sombras, o Dr. Facilier é um Mestre Vudu e vigarista, mas permanece sendo um dos mais populares e adorados vilões da Disney. O personagem é um dos principais membros do Disney Villains, introduzido pela primeira vez em A Princesa e o Sapo, filme de 2009. Assim como Ursula e Hades, Dr. Facilier utiliza da inocência de suas vítimas para lhe pregar truques, como aconteceu com o Príncipe Naveen.
A história de Dr. Facilier será interessante de ser contada e assistida: num primeiro roteiro, o personagem seria filho de Mama Odie (a feiticeira que ajudou Tiana e Naveen no meio do pântano), mas que acabou seguindo o caminho das trevas, ao contrário de sua mãe. Numa espécie de prequela, Dr. Facilier poderia muito bem ter essa parte de sua história melhor desenvolvida, bem como os motivos que o levaram a seguir uma carreira no vudu e fazendo negócios com "amigos do outro lado", como ele mesmo descreve no filme.
Embora não muito explicado, o que é canônico em relação ao passado de Facilier é o que ele menciona rapidamente no filme: ser um descendente da realeza por meio de sua mãe (cuja cabeça cortada e encolhida é mantida em seu empório). Suas motivações para dominar New Orleans acabam ficando subtendidas como resultado de uma educação e vivência pobre, em que as pessoas ricas o tratavam com desprezo.
Há também informações que revelam que Dr. Facilier é francês, e um filme próprio poderia mostrar e explicar o que o levou a viver em New Orleans, na Luisiana. Vale destacar também que ele é um dos únicos vilões da Disney que não encontra a personagem principal até o clímax, o que torna tanto sua história quanto a de Tiana independentes uma da outra.
1. Rainha Má
Para fechar o pódio, não há ninguém além da primeira vilã criada por Walt Disney: a Rainha Má, de Branca de Neve e os Sete Anões. Com o mais icônico dos figurinos, a personagem já foi interpretada por grandes nomes em diferentes mídias: Charlize Theron em Branca de Neve e o Caçador (2012); Julia Roberts em Espelho, Espelho Meu (2012) e Lana Parrilla na série Once Upon a Time... (2011).
Muito antes de Gothel, a Rainha Má já era uma vilã obcecada por beleza, o que explica como o seu desenvolvimento mudou nas salas de desenho de Walt Disney. Originalmente pensada para ser uma criatura horrenda, a personagem precisava ter um belo rosto para dar jus à sua motivação principal em Branca de Neve: ser a mulher mais bela do mundo. Além disso, ela é descrita como uma figura calculista, odiosa, fria, sinistra e sádica, por mais que do lado de fora pareça ser uma pessoa calma e sofisticada — mas que ainda possui a marcante risada maléfica e vilanesca que marcou inúmeras gerações.
Um filme sobre os antecendentes de Branca de Neve sobre a Rainha Má poderia muito bem explorar algumas informações que acabaram sendo deixadas de lado (ou reveladas muito após o lançamento do longa): o início de sua amizade com o Espelho Mágico, o desenvolvimento de seus poderes (principalmente o metamorfo, que a permite se transformar numa bruxa velha e feia); a possível amizade de anos com o Caçador e o abuso emocional sofrido pela má criação do seu pai, conforme retratado no romance literário A Mais Bela de Todas - A História da Rainha Má, de Serena Valentino.