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Novos Mutantes | 8 maiores diferenças entre o filme e as HQs da Marvel

Por| 13 de Setembro de 2020 às 11h00

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Reprodução/20th Century
Reprodução/20th Century

Depois de um caminho bastante tortuoso, Novos Mutantes finalmente foi lançado lá fora e tem previsão de exibição no Brasil no dia 8 de outubro — entre outros vários adiamentos, a última data estabelecida para cá era 10 de setembro, mas, como sabemos, grande parte das salas ainda estão interditadas por conta da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Muita gente já viu o longa, que trouxe algumas diferenças importantes em relação ao material original o qual foi inspirado.

A trama vai de encontro com a fase clássica de Chris Claremont e Bill Siekiewicz, no arco do Urso Místico, publicado originalmente nos quadrinhos em 1984. E o que mudou da obra impressa à conversão para as telonas? Abaixo estão algumas das alterações mais relevantes para o último filme da franquia X-Men produzido pela Fox Films.

Atenção: o texto abaixo contém spoilers de Novos Mutantes!

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1. Ambientação

Em suma, toda a configuração do cenário e do enredo é bem diferente dos quadrinhos. No filme, cinco adolescentes são mantidos em cativeiro em um hospital psiquiátrico abandonado, que, aparentemente, trata-se de uma instalação “alternativa” da Escola Xavier para Jovens Superdotados — posteriormente ficamos sabendo que é um prédio da organização Essex, do vilão geneticista Senhor Sinistro. A Dra. Cecilia Reyes tenta manter, sozinha, o controle da situação, mas tudo desanda quando Danielle Moonstar evoca seus poderes dormindo, o que atrai a atenção do Urso Místico.

Nas HQs, o evento acontece enquanto os Novos Mutantes estão oficialmente na Escola para Jovens Superdotados de Xavier, onde não são prisioneiros. E, ao passo que o antagonismo das revistas gira em torno do Urso Místico, no filme as ameaças são a própria Reyes e o manicômio.

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2. Ainda em aprendizado

Nos quadrinhos, a saga do Urso Místico começa em um momento quando os Novos Mutantes já sabem como usar bem seus poderes. No filme, eles ainda estão “crus” e sofrem para utilizar suas habilidades.

Por exemplo, no longa, Míssil ainda se sente muito inseguro e Mancha Solar sequer tem ideia da extensão de sua força. Eles são simplesmente adolescentes que querem ficar isolados, mas são obrigados a agir em equipe para lutar — bem diferente das HQs, em que, embora os aprendizes tenham lá seus problemas de relacionamento, já sabem como utilizar suas habilidades, inclusive em grupo.

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3. Magma

Uma das maiores diferenças que os fãs dos quadrinhos vão notar é a ausência de Magma, uma dos integrantes originais dos Novos Mutantes. Embora posteriormente ela não tenha participado ativamente do grupo, como outros integrantes, a heroína tem grande relevância na saga do Urso Místico.

Segundo o diretor Josh Boone, há um motivo para essa decisão. Magma é de um antigo mundo romano que existe na Amazônia. E como isso não havia sido estabelecido no universo dos X-Men na Fox, ficaria difícil explicá-la em meio à já congestionada narrativa da trama.

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4. Lockheed

O carismático dragão alienígena roxo é famoso por ser o ajudante de Kitty Pryde nos quadrinhos. Já no filme, ele está ao lado de Illyana, e aparece, inicialmente, como um boneco de pano que ela usa na mão, como mecanismo de defesa mental. A criatura só ganha vida quando a mutante vai para o Limbo. E sua forma real, como conhecemos nas revistas, aparece apenas na batalha final.

5. Illyana Rasputin

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Aqui está outra mudança substancial. Nos quadrinhos, Illyana Rasputin é russa e é irmã de Colossus. Quando ela tinha seis anos, foi sequestrada e levada para o reino do Limbo, onde permaneceu por sete anos. Na realidade das revistas, a mutante retorna apenas alguns segundos depois, já com 13 anos, como a Rainha do Limbo, apresentando habilidades poderosas e magia sombria.

No filme, Illyana foi violentada por homens mais velhos, que também se aproveitaram de seus poderes. Como resposta, ela criou a dimensão alternativa do Limbo, que é para onde se teletransporta para esconder sua dor. Sua presença constante nesse plano eventualmente o concretiza em algo real — o que é uma caracterização bem distinta da localidade pré-existente nas revistas.

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Além disso, a personagem não tem o sotaque carregado que Colossus apresentou em suas várias participações na franquia X-Men, inclusive como coprotagonista de Deadpool — aliás, Illyana sequer cita o irmão.

6. Dani Moonstar

Em Novos Mutantes, ela é uma nova prisioneira/paciente da Dra. Cecilia Reyes e não tem ideia de quais são seus poderes mutantes. Dani está sozinha, depois que sua família e vizinhos morreram em um ataque misterioso.

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Já nos quadrinhos, ela é um membro pleno da equipe e desempenha um papel bem diferente, com uma personalidade mais proativa e até de liderança. Enquanto no filme a Dra. Reyes tenta matá-la para impedir os ataques do Urso Místico, o que a deixa fora de ação, nas revistas ela luta com o vilão e quase é morta, após ser espancada.

7. Romance entre Dani e Rahne

Nos quadrinhos até existe uma certa conexão entre Lupina e Miragem, entretanto, o relacionamento amoroso entre ambas nunca foi explícito. Já no filme, isso acontece naturalmente e faz parte da jornada de descoberta das personagens.

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Essa talvez seja a melhor mudança, pois os X-Men lidam, basicamente, com questões envolvendo diferenças e representatividade — veja bem, isso faz parte do DNA das revistas; e as equipes mutantes sempre tiveram integrantes de etnias e nacionalidades de todas as partes do globo. Então, em tempos em que o Marvel Studios e o mundo buscam mais diversidade, essa foi uma ótima adição ao material original.

8. O Urso Místico

Aqui está a maior alteração que o filme fez em relação aos quadrinhos. Nas revistas, o vilão é uma entidade que se alimenta dos sentimentos ruins das pessoas. Rahne descobre, ao entrar na mente de Dani, que a equipe precisa aprender a trabalhar em conjunto para detê-lo.

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Contudo, ainda que hajam semelhanças desses dois aspectos na comparação com o longa, o Urso Místico dos cinemas é, na verdade, a personificação do “lado ruim” que todos temos — neste caso, é uma faceta de Dani, alimentada pela sua própria capacidade de criar ilusões sólidas.

A solução de Josh Boone para um filme de baixo orçamento (quando comparado com toda a franquia) é razoável e faz sentido, mas muda toda a dinâmica da batalha final e do próprio antagonismo. No final das contas, com isso, Novos Mutantes fica sem o peso de um grande vilão e o confronto de encerramento se torna completamente diferente e bem inferior aos quadrinhos.

A ideia talvez fosse que essa dualidade de Dani pudesse ser explorada em possíveis sequências, o que soaria mais interessante. Porém, na visão sobre a trama em arco completo, essa alteração soa como uma história inacabada, com uma conclusão sem grande impacto.

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Fonte: Com informações do CBR