Maníaco do Parque | Quem é o serial killer brasileiro que vai virar filme
Por Diandra Guedes • Editado por Jones Oliveira |
Um dos assassinos em série mais famosos do Brasil, o Maníaco do Parque, terá sua história contada em forma de filme e série pelo Prime Video em 2024. As duas produções serão dirigidas por Maurício Eça (A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais) e trarão os delitos cometidos pelo criminoso e também depoimentos de vítimas e sobreviventes.
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O Maníaco, como ficou popularmente conhecido, é Francisco de Assis Pereira, um motoboy que, durante o ano 1998, atraiu, estuprou e matou várias mulheres, tornando-se um dos serial killers mais brutais do país. Ele atraía as vítimas com falsas ofertas de emprego de modelo, depois as matava com requintes de crueldade.
Os crimes aconteceram no Parque do Estado, na zona sul de São Paulo, e foram encontradas seis mulheres sem vida e com marcas de abuso sexual no local.
Francisco foi capturado pela polícia no mesmo ano e enviado para a Casa de Custódia de Taubaté, uma das prisões de segurança máxima da cidade. Na época de sua prisão, ele alegou ser inocente, mas logo depois confessou os crimes e até o local onde havia deixado as mulheres. Apesar disso, nunca confessou os estupros. Oficialmente, foram confirmadas 16 vítimas, sendo que sete foram mortas e nove estupradas.
Sua condenação foi de 280 anos em regime fechado, mas como a legislação brasileira não permite que o detento fique mais de 30 anos privado de liberdade, Pereira deve ser posto em liberdade em 2028.
A condenação do Maníaco do Parque
Apesar de ter sido chamado de maníaco, Francisco foi julgado como imputável, ou seja, uma pessoa que entende a gravidade dos seus atos e pode responder criminalmente por eles.
Isso fez com que ele fosse enviado para um presídio comum e não a um hospital psiquiátrico. Na época, o laudo psiquiátrico oficial afirmava que ele era semi-imputável e, por isso, deveria receber um tratamento médico de, no mínimo, três anos antes de ser enviado a uma penitenciária. O relatório, no entanto, foi ignorado pelos juízes, que optaram por uma sentença comum. Veja o vídeo da sua condenação:
Em entrevista à imprensa brasileira em 2018, Lineu Cardoso, ex-advogado de Francisco, comentou que o criminoso é um perigo para a sociedade e que não deveria ficar solto, mas em tratamento durante o resto da vida.
Ele ainda argumentou sobre o papel da mídia no caso. De acordo com ele, a imprensa foi uma das responsáveis por condenar Francisco, uma vez que repercutiam matérias dizendo que ele havia matado mais pessoas do que de fato aconteceu. “Cerca de 150”, argumenta o advogado.
Maníaco do Parque: a série e o filme
Essa relação da imprensa com o caso será explorada na série Maníaco do Parque: A História Não Contada. A produção documental revisita o caso sob o ponto de vista das vítimas sobreviventes e da família das mulheres assassinadas, além de mostrar os erros que a imprensa brasileira cometeu durante o período da investigação.
Já o filme, intitulado apenas Maníaco do Parque, fará um retrato semi-ficcional de Francisco e dos crimes que ele cometeu. O criminoso será vivido por Silvero Pereira (Bacurau) e a história será revelada por Elena (Giovanna Grigio, de Perdida), uma jornalista iniciante que vê na investigação a chance perfeita para alavancar sua carreira de repórter.
Para criar os roteiros das produções, foram analisadas mais de 20 mil páginas do processo. Além disso, 50 pessoas foram entrevistadas, incluindo sobreviventes, familiares de vítimas, promotores, delegados, peritos, psicólogos, psiquiatras e advogados.
Até o momento, outros nomes no elenco não foram anunciados, assim como a data de estreia do filme e da série. O que se sabe é que as obras chegarão ao Prime Video em 2024.