Crítica O Telefone Preto | Horror tem narrativa fácil, mas com significado
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
Acaba de chegar aos cinemas mais um thriller que promete ser um dos queridinhos dos fãs do gênero: O Telefone Preto. O longa, dirigido por Scott Derrickson (Doutor Estranho, O Exorcismo de Emily Rose), se diferencia por não apelar em cenas grotescas, apesar do terror envolvido.
O filme conta uma história que, de fato, é aterrorizante, e mesmo se dedicando a trazer esses elementos no formato de thriller psicológico, deixando a nossa mente perturbada, não é uma obra difícil de assistir.
Atenção: esta crítica contém spoilers do filme O Telefone Preto!
O Telefone Preto é a adaptação de um conto já conhecido de 2005, presente na publicação Fantasmas do Século XX. Com a modernidade da história já presente no conto, o longa mostra como um aparelho de telefone foi usado para uma comunicação benéfica com os mortos.
O contexto
Mas antes de tudo isso, o filme de terror trata sobre o sequestro de crianças por um serial killer, termo que ainda estava se formando na época em que O Telefone Preto passa, na transição entre os anos 1970 e 1980. O assassino em série é um homem esquisito que transita pela cidade com uma van e balões pretos, além de uma máscara sorridente e assustadora.
Como o longa deixa de lado as cenas mais grotescas dos sequestros e dos assassinatos dos garotos que são capturados, vemos pouco do vilão em ação, interpretado por Ethan Hawke, e mais contexto. Os protagonistas são explorados com suas vidas difíceis, mesmo tão jovens, e quais são as cicatrizes que carregam.
Dentro dessa apresentação, não há como não se arrepiar e até se emocionar com a atuação dos pequenos Mason Thames (Finny) e Madeleine McGraw (Gwen). Os atores, principalmente McGraw, dão uma aula de como transparecer o medo para o outro lado da tela.
O terror
Quando o protagonista é sequestrado, os momentos de terror prometidos pelo longa dão início, começando pela identidade misteriosa do assassino. Também sentimos a aflição de dentro do cativeiro, quando qualquer ação pode resultar em uma reação que não desejamos do vilão.
Nos poucos momentos em que Hawke aparece na tela, vemos o clichê do homem cruel e imprevisível, mas logo é ofuscado pelas ações da própria vítima. As comunicações pelo telefone, que o sequestrador disse estar desligado, começam junto à parte sobrenatural do filme.
Não vemos o assassinato das vítimas anteriores, mas logo descobrimos que eles foram mortos. Já sabendo também que eram conhecidos de Finney, a aproximação com o protagonista enche ainda mais a trama com sentimento. Então, esses fantasmas que já passaram por tudo o que o garoto está passando, ajudam a vítima a escapar.
Enquanto isso, a irmã Gwen, que tem visões misteriosas, precisa não só lidar com a perda do irmão, como escapar da violência sofrida pelo pai e usar seu "talento" para ajudar a polícia no caso. E assim nasce um equilíbrio perfeito para um filme de terror bem planejado e colocado em prática da mesma forma.
Pode-se dizer que O Telefone Preto é um filme de terror recomendado para quem tem medo do gênero, que consegue ir ao cinema sem esperar por grandes sustos ou cenas explícitas de violência. A parte perturbadora da história está em um enredo bem contado, acertando na apresentação dos detalhes e sem se arrastar em nenhum momento.
O Telefone Preto está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta o seu ingresso na Ingresso.com.