Crítica Atypical | Sam se despede após saga de coragem e sonho realizado
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
A quarta e última temporada de Atypical finalmente estreou na Netflix, deixando como legado uma série simples e delicada sobre a vida de uma pessoa no espectro do autismo. O lançamento dos 10 novos episódios aconteceu no dia 9 de julho, trazendo não só uma continuação para as histórias das temporadas passadas, mas também um desfecho que, na verdade, é apenas o começo.
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Atypical conta a história do personagem Sam Gardner (Keir Gilchrist), um jovem com autismo, e acompanhamos a sua história desde quando estava no ensino médio até os primeiros anos de faculdade. O protagonista tem características peculiares, ou atípicas, que tornam ele diferente em comparação com o padrão da sociedade, fazendo com que os seus obstáculos sejam diferentes, mas completamente alcançáveis. E é essa evolução que acompanhamos na última temporada da série.
Atenção: esta crítica conta com spoilers de Atypical!
Desde que Atypical foi lançada, ela se mostrou uma série simples e sem grandes enredos, focando apenas na simplicidade da vida. Essas questões costumeiras, no entanto, se tornam grandes aventuras e desafios para Sam, que conquistou os espectadores junto à família, amizades e sonhos. Um dos grandes desejos do jovem, inclusive, se tornou realidade ao final da última temporada, o que é desenvolvido ao longo dos episódios, mas que não nos traz os momentos da conclusão.
A maior meta da temporada foi a tão aguardada viagem de Sam à Antártida, continente extremamente gelado e inabitado, que definitivamente mostra a coragem conquistada pelo protagonista com a sua chegada à vida adulta. O sonho, claro, está de acordo com a obsessão do personagem por pinguins, o que é bastante significativo para a sua história. Atypical sempre fez questão de trazer pessoas dentro do espectro para interagir com Sam, ainda que o ator não tenha autismo, trazendo representatividade e mais visibilidade da condição para quem ainda não entende do que se trata.
A série também abordou histórias relevantes para as pessoas da vida de Sam, trazendo casos relacionados ou não à condição dele. Um dos enredos mais interessantes foi o da irmã Casey (Bridgette Lundy-Paine), desde o desenvolvimento da sua sexualidade até a luta para seguir na carreira de corredora. A personagem sempre foi, ao lado de Zahid (Nik Dodani), o apoio que nunca "passou a mão na cabeça" de Sam; enquanto a mãe, Elsa (Jennifer Jason Leigh), sempre levou a condição do filho de forma mais emocional.
A quarta temporada da série chegou ao fim sem clima de despedida e sem fechamentos definitivos, o que seria difícil de conseguir quando se trata de um personagem que está em constante evolução. A sensação de ser a última temporada é praticamente inexistente, inclusive. Sam criou laços com o espectador, assim como praticamente todos os personagens e suas histórias tão cativantes quanto à atuação de cada um. Atypical se despediu com um grande passo e, talvez, uma abertura para uma continuação no futuro.
Atypical está disponível na Netflix em todas as suas quatro temporadas.