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007 | Como era o mundo quando Daniel Craig virou James Bond?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Universal Pictures
Divulgação/Universal Pictures
James Bond

A estreia do novo 007: Sem Tempo para Morrer marca não apenas a chegada do filme aos cinemas depois de quase dois anos de adiamentos causados pela pandemia da covid-19, mas também a despedida de Daniel Craig do papel de James Bond. Ao longo dos últimos 15 anos, o ator incorporou o personagem e marcou o espião mais famoso do mundo para toda uma geração.

Com isso, Craig entra para a história como o ator que mais tempo passou a serviço de sua majestade sob a alcunha de 007, superando ícones do cinema como Roger Moore e Sean Connery. Dessa forma, ele também foi o James Bond que mais viu o mundo mudar entre uma missão e outra.

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Quando estreou no papel, em Cassino Royale, a realidade era bem diferente da que ele encontra agora ao deixar a franquia. Em 2006, Craig tinha apenas 38 anos e enfrentava ameaças muito mais analógicas do que o seu eu de 53 encara agora. A tecnologia que temos hoje é muito mais avançada do que muitos dos gadgets que o espião usou naquela época — e isso só para citar os exemplos mais óbvios do efeito do tempo sobre a Era Craig em 007.

A verdade é que 15 anos é muito tempo e, embora, às vezes a gente nem perceba, o mundo é capaz de mudar completamente em uma década e meia. Assim, para celebrar a aposentadoria dessa encarnação de James Bond, o Canaltech listou alguns dos fatos marcantes que vivenciamos enquanto Daniel Craig tinha licença para matar.

7. Não existia smartphone

Apesar de James Bond ser um agente bastante antenado às novidades tecnológicas, a verdade é que Daniel Craig começou sua carreira de espião correndo atrás de criminosos internacionais para ler suas SMS. Isso porque, quando ele entrou no MI6, o smartphone como a gente conhece ainda não existia.

Quando Cassino Royale chegou aos cinemas, em 2006, a ideia de um celular conectado à internet e capaz de acessar uma infinidade de informações era algo ainda muito distante e foi somente com o lançamento do primeiro iPhone, no ano seguinte, que vimos que isso era possível. Aplicativos, então, eram inconcebíveis.

Em 15 anos, vimos nosso mundo mudar drasticamente graças à evolução dos smartphones, que passaram a ser cada vez mais totipotentes. No filme, por exemplo, há todo um aparato para que 007 receba o dinheiro que ganhou na partida de pôker contra Le Chiffre (Mads Mikkelsen), sendo que hoje bastaria aproximar o celular para a transação ser concluída — e talvez isso explique como Vesper Lynd (Eva Green) conseguiu dar o golpe do Pix em Bond.

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E isso é interessante de notar porque as fabricantes de celulares sempre foram grandes parceiras da série. Empresas como a Sony sempre usaram os filmes para mostrar seus lançamentos e, nos primeiros longas da Era Craig, eles ainda eram aqueles modelinhos pequenos da época do "quanto menor, melhor". Tanto que, na estreia de Craig no papel, Bond aparece várias vezes com um Sony Ericsson K800i, que trazia uma incrível tela de 240 x 320 pixels e uma câmera de 3,2 megapixels. E embora não tivesse Wi-Fi, tocava rádio FM.

6. O MP3 player era uma realidade

Seguindo nessa linha, ainda precisávamos de um dispositivo próprio para ouvir músicas quando Daniel Craig assumiu o nome de James Bond. Como não existiam smartphones, o bom e velho MP3 player era o nosso fiel companheiro naquela época. Quando muito, o iPod.

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Isso significa que, para ouvir a excelente You Know My Name, música-tema de Cassino Royale, era preciso baixá-la em seu computador e enviar para o dispositivo — ou então comprá-la no iTunes, que já existia na época. E embora o Spotify tenha sido fundado naquele ano, o serviço só foi lançado em 2008, o que significa que o streaming de música ganhou força muito tempo depois. E pensar que tem gente que nasceu nessa era de facilidades.

5. O YouTube e Netflix eram bem diferentes

É engraçado assistir hoje aos primeiros 007 estrelados por Craig porque ele sai destruindo tudo que aparece na frente e não há uma única pessoa filmando as atrocidades que o espião está cometendo no país alheio. Isso porque, naquela época, essa ideia de gravar vídeos e jogá-los na internet ainda era algo muito incipiente e pouco difundido.

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Embora tenha sido criado em 2005, o YouTube só se tornou esse titã que a gente conhece hoje após ter sido comprado pelo Google, em novembro de 2006. Até então, essa ainda era uma prática não muito popular, até porque a velocidade de banda disponível em boa parte do mundo não era lá essas coisas e era preciso esperar carregar tudo antes de dar o play. Assim, para reclamar da escolha de Craig para o papel, o pessoal tinha que apelar aos blogs mesmo.

Aliás, caso quisesse assistir a um filme pela Netflix, Bond teria que pedir para a empresa enviar um DVD para o seu endereço em Londres. A companhia só mudou seu modelo de negócio e partiu para o streaming em 2010. Até então, assim como o próprio 007, o serviço era todo analógico.

4. A gente ainda usava o Orkut

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Para ser justo, os blogs não eram o único canal que o pessoal tinha para reclamar da escolha de Daniel Craig para o papel de James Bond e com certeza existiam dezenas de comunidades no Orkut para falar que ele era feio e não merecia ser um 007.

Pois é, em 2006 a gente ainda usava o saudoso Orkut, muito embora a plataforma já começasse a demonstrar sinais de cansaço. Isso significa que o fenômeno das redes sociais que temos hoje ainda não tinha começado. O Facebook até existia, mas bem longe de ser o colosso que vimos anos depois — e capaz de causar enormes transtornos políticos e diplomáticos que se encaixariam perfeitamente na trama de um filme do agente secreto.

3. O Reino Unido ainda era parte da União Europeia

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Parte do charme da franquia sempre foram as viagens de Bond pelo mundo, com uma certa preferência por paisagens paradisíacas e idílicas da Europa. Veneza, Praga, Roma, Siena, Áustria… Foram vários os destinos do herói pelo Velho Continente ao longo desses 15 anos. E é bom que ele tenha aproveitado essas viagens, porque elas vão se tornar um pouco mais burocráticas daqui em diante.

A Era Craig testemunhou o chamado Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia após um conturbado processo de adaptação que se arrastou por alguns anos desde o plebiscito de 2016.

Não que os ingleses agora estejam impossibilitados de visitar os demais países europeus, mas esse trânsito não é mais tão simples como antes e tampouco as atuações de um agente secreto nessas regiões seriam bem-vistas, resultando em dores de cabeça bem maiores do que aquelas que o agente já arranjou.

Aliás, nesse mesmo período, a Escócia quase se tornou independente do Reino Unido, o que iria gerar uma bela dor de cabeça para o espião. Como foi revelado em Operação Skyfall, Bond é escocês e não inglês.

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2. A libra esterlina custava R$ 4,12

E se a relação com a Europa mudou drasticamente nesses 15 anos, Bond pode curtir a sua aposentadoria no Brasil sem grandes percalços. Quando Daniel Craig se tornou 007, a libra esterlina custava algo próximo dos R$ 4,12 — e ele deixa o MI6 com a moeda valendo assustadores R$ 7,27.

Isso significa que o espião poderia se mudar para o nosso país e viver uma vida de rei com suas economias. Como dinheiro nunca foi problema para ele, Bond poderia seguir com seus luxos sem grandes esforços, visto o quanto o nosso dinheiro desvalorizou nesse período.

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1. O Wikileaks ainda não existia

A chegada de Daniel Craig ao MI6 e ao posto de 007 coincide com o surgimento de uma plataforma que tinha tudo para ser o plano de algum grande vilão da franquia e roteiro de algum filme: o WikiLeaks.

A organização criada por Julian Assange surgiu em 2006 com a ideia de ser um grande repositório de documentos, fotos e informações confidenciais que, de alguma forma, foram vazados. Basicamente, era um enorme depósito para segredos de Estado e com um enorme potencial de causar uma série de incidentes diplomáticos — como realmente aconteceu.

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Foi a partir do WikiLeaks que, em 2010, foram divulgados detalhes sobre os bastidores das ações do exército dos EUA no Afeganistão e Iraque ou de como os prisioneiros de Guantánamo eram tratados.

E se tudo isso soa algo vindo de um passado distante para nós, é preciso lembrar que Daniel Craig virou 007 antes mesmo de a organização surgir. E é mais impressionante ainda que a história não tenha inspirado a série em momento algum, com algum vilão com informações confidenciais de governos e prestes a divulgar isso para o mundo. Fica aí a ideia, Hollywood.

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