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O que é o golpe do falso pagamento com Pix?

Por| Editado por Claudio Yuge | 29 de Setembro de 2021 às 22h30

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Golpes que envolvem o sistema de pagamento instantâneo (Pix) têm assumido as formas mais diversas. Isso fez o Banco Central do Brasil (Bacen) criar novas medidas para combater as práticas, mas a criatividade dos criminosos continua a surpreender.

Na segunda-feira (27), um homem de 24 anos foi preso em João Pessoa, na Paraíba, suspeito de aplicar golpes por meio da simulação de pagamentos via Pix. Uma série de denúncias de que ele forjava transferências levou à detenção.

Ele tinha vários chips de celular, que eram utilizados no contato com as vítimas. De acordo com a Polícia Civil local, o fraudador ia até os estabelecimentos, comprava itens de alto padrão e forjava pagamentos com a ferramenta. Quando as vítimas informavam que não havia recebido, ele fazia nova simulação.

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O primeiro golpe foi denunciado há pelo menos seis meses. Desde então, 30 crimes foram identificados. A maioria das denúncias envolve abastecimento em postos de combustíveis e sites de compra e venda de produtos na internet. Um levantamento inicial da polícia estima que o prejuízo passa dos R$ 100 mil.

O suspeito foi conduzido para a Central de Flagrantes e já reconhecido por pelo menos cinco vítimas. Ao ser abordado, ele estava em um carro com restrição de roubo e furto e foi autuado, inicialmente, por estelionato e receptação.

No Rio de Janeiro

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Prática semelhante foi identificada no Rio de Janeiro: Bárbara Elisa Balbino Teixeira foi detida na Tijuca, acusada de aplicar golpes nos comerciantes do bairro. Segundo relatos, ela fazia compras nos estabelecimentos e simulava o pagamento com Pix. Como comprovante, Bárbara enviava um print da tela que apresenta o valor a pagar. O pagamento mesmo nunca era efetuado.

Gabriel Ferrando, delegado titular da 19ª DP, diz que mais de dez vítimas já prestaram depoimento contra a acusada. "É uma golpista serial, que atua no mínimo desde 2018. Ela forjava transferências bancárias e mandava os prints. Estamos ainda apurando a extensão dos danos materiais.”

A detenção ocorreu quando Bárbara tentava efetuar um novo pagamento falso em um salão de beleza na Tijuca. “O inquérito foi instaurado e ouviremos outras vítimas. Ela vai responder por cada vítima que prestou depoimento", informa Ferrando.

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Uma das vítimas de Bárbara havia publicado um aviso em grupos no Facebook. "Cuidado comerciantes da Tijuca e adjacências. Essa mulher, com nome de Bárbara Elisa, entrou em nossa loja. Fez uma compra com mais de 15 peças. Disse que pagaria no Pix e fiz um desconto”, diz o relato.

Segundo o comerciante, ela se aproveitou do fato de estar grávida, fez um suposto pagamento e mostrou a tela de pagamento. “Até hoje esse Pix não entrou na nossa conta. Já entramos em contato com o banco e a conta que ela usa para simular o Pix é inativa. Vimos também que ela tem vários processos pelos mesmos motivos."

Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Segurança Digital, diz que, só no primeiro semestre de 2021, houve mais de 62 mil golpes envolvendo o Pix em todo o Brasil, de acordo com levantamentos de empresas especializadas em crimes digitais. Por isso, toda atenção é necessária no uso da ferramenta.

Como se proteger

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Para não serem vítimas de golpes do tipo, os comerciantes devem confirmar que o comprovante recebido do cliente se refere à transferência já confirmada. Não basta ver a tela que mostra o valor a ser pago, já que ela não garante que o pagamento foi efetivado pela instituição financeira.

Além disso, é essencial manter-se sempre bem informado e acompanhar as notícias sobre o tema para saber como se proteger. “É preciso ficar atento, principalmente, ao dinamismo das práticas de engenharia social.”

Quem usa o Pix para fazer pagamentos deve procurar se proteger contra golpes na ferramenta. Veja as dicas do especialista Arthur Igreja:

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  • Tenha um celular protegido com senha e/ou biometria;
  • Não o use sem o bloqueio de tela;
  • Sempre verifique a identidade de quem está solicitando o Pix;
  • No momento de efetivar a transação, confira o destinatário antes de confirmar;
  • Em sites que aceitam pagamento por Pix, certifique-se de que o ambiente é verdadeiro — se for falso, o dinheiro vai para o golpista;
  • Observe o limite disponível para transferência por Pix: o próprio usuário pode cometer um erro de digitação e atribuir a perda a um golpe;
  • Quem não tem familiaridade com o Pix, pode treinar o uso do recurso: faça uma transferência de R$ 1 para um conhecido para testar a funcionalidade. E, se quiser, pode até pedir o dinheiro de volta, já que o processo é gratuito.

Fonte: G1, Grande Tijuca