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O Bitcoin tem lastro? Entenda de uma vez por todas

Por| Editado por Claudio Yuge | 20 de Julho de 2022 às 14h20

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unsplash/André François McKenzie
unsplash/André François McKenzie

Críticos do Bitcoin geralmente baseiam seu posicionamento em afirmações de que o Bitcoin não é considerado dinheiro, porque não tem lastro. Essa é uma maneira de pensar baseada no papel-moeda que era anteriormente garantido pelo ouro. No entanto, desde 1971, o dólar, principal moeda do mundo deixou de ser lastreada no metal dourado. Mas, então, por que esse “preconceito” com a criptomoeda se o dólar também não tem lastro?

O fato de o Bitcoin não possuir uma entidade central nem depender do Estado para funcionar e garantir o seu valor é geralmente associado a uma falha da criptomoeda — por isso essa rejeição com a moeda digital.

Aqueles que criticam a criptomoedas na tentativa de atacar o Bitcoin afirmam que um ativo para atuar como dinheiro precisa de uma garantia do seu valor. Contudo, o que muitos não sabem é que a primeira criptomoedas possui lastro. Confira abaixo como isso acontece.

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O que é lastro?

Olhando para o sistema monetário, o lastro é uma garantia utilizada para determinar o valor do dinheiro; é um atestado de valor.

Um exemplo simples é o antigo "padrão-ouro", um período em que os preços das moedas eram garantidas em ouro. Esse é um tipo de lastro financeiro, e proporciona um valor visível para determinado um tipo de ativo.

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O dinheiro que não era escasso precisava ser apoiado por algo que fosse. Nesse sentido, o metal foi escolhido como garantia, por ser nobre, difícil de minerar, durável e de grande valor — propriedades que limitam sua disponibilidade.

No período do padrão-ouro, o dólar, por exemplo, era facilmente convertido no metal. Se alguém fosse até um banco com uma nota de US$ 10, poderia resgatar esse valor em ouro. Esse é um exemplo claro do que é lastro.

No entanto, o padrão-ouro para o dólar foi extinto em agosto de 1971 pelo presidente dos Estados Unidos, na época, Richard Nixon. Com o fim do padrão-ouro, a segurança no dinheiro se tornou uma construção psicológica, baseada na confiança. Seu lastro deixou de ser financeiro, para ser totalmente baseado na credibilidade.

O historiador Yuval Noah, no livro Sapiens: uma breve história da humanidade, declara que as pessoas confiam no produto da imaginação coletiva. A confiança é a matéria-prima com que todos os tipos de dinheiro são cunhados, diz o autor.

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Vale destacar que, quando as pessoas pensam que para atuar como dinheiro um ativo precisa ser apoiado por algo, elas estão defendendo que o lastro seja um governo. Um exemplo para essa afirmação foi a participação do político brasileiro Ciro Gomes no programa Flow Podcast. Durante a entrevista, Ciro até elogia a iniciativa de se criar um ativo independente, mas, para ele, uma moeda sem lastro e sem uma entidade pública responsável, pode no futuro dar problema.

Nesse sentido, o lastro do dinheiro deve ser baseado na confiança que as pessoas têm no governo e na economia dos países onde a moeda é proveniente. Já o Bitcoin não precisa de ser garantido por uma organização governamental como é o papel-moeda, pois possui propriedades monetárias superiores a qualquer outra forma de dinheiro que já existiu.

Propriedades monetárias superiores do Bitcoin

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O Bitcoin não precisa de governos nem de um sistema de bancário para funcionar. Uma rede descentralizada de computadores é responsável por aprovar transações baseadas em consenso na rede da criptomoeda.

A criptomoeda possui propriedades de um sistema monetário tradicional. No entanto, diferente do dinheiro mas semelhante ao ouro, o Bitcoin é escasso; e não pode ser falsificado — pelo menos não até o momento.

A escassez é uma das principais propriedades do Bitcoin; os códigos matemáticos que garantem o perfeito funcionamento da criptomoeda há 13 anos definem que existirão apenas 21 milhões unidades da moeda digital. Isso impede a inflação e a falsificação do ativo.

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Outro ponto positivo para o Bitcoin e que mostra que o ativo possui valor, é referente ao custo para produzir a criptomoeda. O processo de gerar novos Bitcoin, chamado de mineração, é realizado através do consumo de eletricidade; e isso impõe um custo real aos mineradores.

Nesse sentido, conforme a teoria econômica, em um mercado competitivo entre produtores que fabricam o mesmo produto, o preço de venda desse produto deve ser igual ou superior ao custo de produção.

O histórico do preço do Bitcoin, mostra exatamente isso, o valor da criptomoeda acompanha o custo de produção da moeda digital, conforme este vai aumentando. Baseado nessas propriedades, é possível entender em que se baseia o preço do Bitcoin e seu lastro. Vamos entender mais sobre isso na continuação abaixo.

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O Bitcoin tem lastro?

O Bitcoin é totalmente independente, ele funciona sem a necessidade de uma entidade, seja governo ou instituição bancária, que garanta seu valor. Assim, muitas pessoas acreditam, equivocadamente, que a criptomoeda não tenha valor. O lastro do Bitcoin está na matemática por trás da tecnologia blockchain; ele não precisa de bancos centrais, políticos ou governos para garantir o seu perfeito funcionamento.

Não acreditar no valor do Bitcoin é, de certa forma, dizer que não acredita na matemática. Afinal, a criptomoeda foi criada baseada na criptografia, um ramo de conhecimento baseado principalmente na lógica e na computação.

A tecnologia blockchain, desenvolvida por Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, confere ao BTC um valor inseparável, quase como um padrão-ouro para criptomoedas. Enquanto o lastro das moedas como Real, Dólar ou Euro é baseado na confiança que as pessoas têm nos governos dos respectivos países, a do Bitcoin tem referência na segurança de uma rede de comunicação gigantesca.

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As pessoas confiam que os governos vão tomar decisões que garantirá a estabilidade da economia e manterá o preço do dinheiro equilibrado. Contudo, diversos exemplos pelo mundo revelam que esses líderes em muitos casos falham no trato da economia; e o dinheiro do país acaba desvalorizando bastante — exemplos recentes são casos que acontecem na Venezuela e na Argentina.

A garantia do Bitcoin está numa rede constituída por milhares de computadores ao redor do mundo. O blockchain é um dos sistemas mais seguros do planeta. E, a cada dia, essa rede se fortalece ainda mais, pois quanto mais blocos são adicionados a rede, mais a segurança aumenta.

Quando se confia na matemática por trás do funcionamento da criptomoeda e na segurança que a rede possui, é possível constatar a credibilidade que o ativo possui. Entender isso é entender o lastro do Bitcoin.