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Preço do Switch dispara a R$ 3.500 com alta procura e dificuldades da COVID-19

Por| 20 de Abril de 2020 às 10h30

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Wagner Wakka/Canaltech
Wagner Wakka/Canaltech

Um encontro de alta demanda e baixa oferta fez com que o preço dos Nintendo Switchs, tanto no modelo convencional, quanto no Lite disparassem na última semana. Em comunicado para o GameStop, a companhia disse que o videogame está em falta no varejo.

“O Nintendo Switch está esgotado em várias lojas parcerias nos Estados Unidos, mas há mais unidades a caminho”, informou a companhia. “Pedimos desculpas pelo inconveniente”.

Com isso, lojas como Amazon, Best Buy e GameStop estão com poucos modelos ou quase nenhum do aparelho para venda em pronta entrega. Nos marketplaces, o console padrão é vendido por perto de US$ 600 (perto de R$3.100), o dobro do preço sugerido.

A alta demanda acontece junto ao lançamento de Animal Crossing: New Horizon. O jogo é um game terapêutico em que é preciso organizar sua ilha, comercializar produtos que a terra dá, fazendo amizade com outros habitantes de outras ilhas. Como uma das franquias de maior sucesso da Nintendo, o jogo também resultou em procura por consoles.

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O cenário se encontra com outro problema: a dificuldade de produção. Por conta do isolamento devido à COVID-19, há uma série de fornecedores da companhia com dificuldade de fabricação dos produtos necessários para o Switch.

Nintendo não vai lançar novo modelo do Switch em 2020

Já antes do lançamento de Animal Crossing: New Horizon, a Nintendo tinha informado sobre problemas de fabricação. A versão especial do Switch para o lançamento do jogo teve entrega adiada exatamente pela dificuldade de fabricação.

Leia mais: Lançamento de Outer Worlds no Nintendo Switch vai atrasar devido ao coronavírus

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Brasil

A movimentação também impacta o preço dos consoles encontrados no mercado brasileiro. A Nintendo não tem representação oficial por aqui, logo os produtos vendidos por logistas são importados. Assim, também são mais suscetíveis as variações de preço lá fora. Soma-se a isso que a maior parte dos produtos é oriunda do mercado norte-americano, também sujeita à cotação do dólar.

Assim, os modelos do Switch que poderiam ser encontrados em grandes varejistas como Casas Bahia, Magazine Luiza e Americanas, ou estão em falta, ou com preços disparados. Em um deles, a versão original, antes vendida na casa de R$. 2.000 no começo de março, é não é encontrado por menos de R$ 3.000.

O aplicativo de acompanhamento de promoções Zoom também registrou disparo nos últimos dias. A página analisa o menor preço encontrado no dia e registra em gráfico. Há seis meses, era possível encontrar o console convencional na faixa de R$ 1.600. No último dia 17, o custo subiu para R$ 3.500. No dia 11, o site chegou a registrar vendas somente na casa dos R$ 5.000.

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Em marketplaces, como o Mercado Livre, o produto ainda é oferecido em grande quantidade, mas também com alta nos preços. Uma busca rápida mostra média de R$ 3.500 para o Switch normal e R$ 2.500 para versão Lite. Contudo, é possível encontrar o aparelho por R$ 5.300.

O Canaltech conversou com um lojista que vende por marketplace e que pediu para não ser identificado. Segundo ele, houve disparo na procura desde o lançamento de Animal Crossing: New Horizon.

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“Não sei se é a molecada que está muito em casa, ou se é porque o jogo é muito conhecido, mas teve uma melhora muito boa nas vendas de Switch, sim. Tem saído muito”, conte ele.

Ainda, o lojista explica que a alta do dólar também reduziu o poder de compra para estoque. Aí, a alta de preço se torna um mecanismo para segurar o consumidor. “Quando a gente vai ficando sem estoque é até melhor subir o preço um pouco do que ficar sem nada. Aí, quando chega mais voltamos a derrubar”, explica.

Já Gabriel Bollico, também vendedor pela loja ShopB, aponta outra variável. Ele não trabalha com aparelhos do chamado "mercado cinza", somente com produtos nacionais. Segundo ele, houve aumento grande na demanda com a situação de isolamento. " A demanda de consoles cresceu absurdamente, não só consoles, mas jogos também. Nossas vendas aumentaram em 110% desde o início da quarentena. Muitos modelos e versões do PS4 e Xbox One ficando indisponíveis no mercado nacional, tanto que conseguimos fazer uma reposição recentemente", ele explica.

Apesar de não trabalhar com Switch, já que o console não tem uma versão nacional, ele reforça que conhece como colegas compram o aparelho: geralmente pelo Paraguai. Como as fronteiras entre os dois países está fechada, ele escutou relatos de dificuldade de acesso para o estoque. "O Switch não vendemos, pois a Nintendo não tem distribuição nacional. Praticamente todos os consoles do Nintendo Switch entram pelo Brasil através de lojas que trazem do Paraguai. Como a fronteira foi fechada devido ao COVID19, o console não entra mais. Tudo na internet gira em torno de demanda e procura. Como o produto ficou absurdamente escasso, o preço aumentou muito, é normal. Nós não vendemos Switch, mas percebemos a movimentação do mercado", completa.

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Ele ainda aponta que, mesmo para os aparelhos comprados no mercado nacional, da Microsoft e Sony está difícil conseguir estoque.

Outros consoles

O cenário da Sony e da Microsoft é diferente do apresentado atualmente pela Nintendo. As duas estão com consoles no final de geração, o que acarreta a diminuição de compra do aparelho físico.

Com isso, o Zoom registrou aumento leve de modelos do PlayStation 4 quanto do Xbox One.

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Contudo, elas programam lançar seus consoles novos no final do ano. No caso da Sony, a empresa já informou que vai lançar o PlayStation 5 ainda em 2020, mas espera um número limitado de aparelhos no mercado. Ela enviou comunicado a parceiros e acionistas dizendo que deve vender entre 5 a 6 milhões de unidades até o fim do ano fiscal, em março de 2021. Para o PlayStation 4, este número foi de 7 milhões.

A Microsoft também já informou que mantém o lançamento do seu aparelho para a temporada de férias de final de ano. Ou seja, para o Natal de 2020.

O Canaltech buscou contado com assessorias de imprensa de ambas empresas no Brasil para saber o impacto da alta do dólar e questões de fabricação no preço final do console por aqui. A Microsoft respondeu dizendo não vai comentar a situação atual do mercado. A reportagem aguarda a resposta da Sony.

Vale lembrar que ambas empresas não produzem mais seus aparelhos em território brasileiro.

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Fonte: Japan Times, GameStop, Zoom