Ratos fazem amizade, sentem empatia e ajudam outros quando "farejam" o perigo
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Agosto de 2021 às 17h00
Empatia é a capacidade psicológica de sentir o que outra pessoa pode estar sentindo, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. E, até hoje, pesquisadores debatem se a empatia é uma habilidade exclusivamente humana. No entanto, um estudo realizado pela Universidade de Chicago mostrou que os ratos são capazes de senti-la também.
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Segundo o estudo, um rato livre pode sentir a aflição de seu companheiro preso na gaiola, e até mesmo aprender a abrir a gaiola para libertá-lo. No entanto, os ratos apenas ajudam outros que eles percebem como membros de seu grupo social — amigos específicos ou linhagens genéticas inteiras que eles reconhecem. No que diz respeito a estranhos, os ratos sentem empatia, mas não o suficiente para ajudá-los de fato.
O estudo mostra que ver um estranho preso ativa partes do cérebro associadas à empatia, mas ver um rato familiar provoca uma onda de atividade no chamado centro de recompensa do cérebro, o núcleo accumbens, por isso apenas esses ratos são resgatados.
A distinção nas regiões do cérebro é sutil, segundo os pesquisadores, mas é possível ver a ativação dessa rede de empatia que é a mesma que se vê nos humanos. Para analisar quais regiões do cérebro estavam ativas nos ratos durante os testes, os cientistas se concentraram em determinados traços químicos de um gene chamado c-Fos que se ativa nos neurônios logo após os picos de atividade.
Os resultados dizem muito sobre as pessoas, porque os especialistas preveriam resultados idênticos em cérebros humanos. Para os cientistas, esses experimentos com ratos mostram por que as pessoas se comportam dessa maneira e o que pode ser necessário para nos tornar mais gentis com os estranhos. O estudo completo pode ser encontrado na revista eLife.
Fonte: Wired