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Agentes autônomos: uma nova era para a inteligência artificial?

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Se nos últimos anos as conversas e discussões relacionadas à tecnologia têm tido como questão central a emergência dos grandes modelos de linguagem (LLMs) — como o ChatGPT e similares —, podemos considerar que, neste exato momento, estamos entrando em uma nova etapa em termos de progresso tecnológico. Agora, pode-se considerar que se inicia o momento dos agentes autônomos baseados em inteligência artificial. 

Por ora, o termo ainda não é bem definido no universo da tecnologia. Basicamente, os agentes são descritos, recorrentemente, como ferramentas avançadas de IA generativa, de modo que são capazes de realizar tarefas complexas – em nome de um usuário ,–, além de gerar e gerenciar sua própria lista de tarefas, sem que o próprio usuário precise orientá-los etapa por etapa. 

Agentes autônomos: uma evolução natural? 

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Menos de dois anos após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI, os avanços relacionados à Inteligência Artificial têm progredido ao ponto desses modelos correrem o risco de se tornarem, de certa forma, ultrapassados em breve. Mas, muita calma, não há motivo para alarde. 

Com a introdução dos modelos de linguagem baseados em deep learning — aprendizagem profunda —, tem sido possível observar uma corrente de inovação atingindo o mercado, que, por sua vez, tem proporcionado consistentes e intensos avanços no desenvolvimento de sistemas baseados em IA. 

Assim, se durante esse período pudemos, em parte, perceber os frutos e resultados decorrentes da automação, a partir do uso de IA generativa em tarefas operacionais, por exemplo, o jogo, a partir de agora, passa a ter outros contornos, mais sólidos e expressivos. 

Uma onda crescente 

Similarmente à curva e ao processo de desenvolvimento dos LLMs, têm sido as gigantes da tecnologia as responsáveis por capitanear o progresso e evolução desses agentes. O objetivo, naturalmente, é a concepção de agentes capazes de executar um maior número de tarefas de forma autônoma – como o próprio nome diz. 

O Google, por exemplo, anunciou, em maio de 2024, o Projeto Astra, que representa o último avanço da companhia em direção a um assistente de IA — e que está sendo construído pela DeepMind, unidade da empresa focada em pesquisas e soluções de inteligência artificial. 

Na apresentação do projeto, o assistente — ainda em um nível de prototipagem —, utilizando-se de áudio e vídeo, mostrou-se capaz, por exemplo, de lembrar ao usuário onde ele havia deixado seus óculos, revisar códigos de programação e responder questões sobre objetos mostrados a ele. 

A OpenAI, por sua vez, tem apresentado outras propostas, como um assistente que pode exercer funções de conversação, tradução de idiomas, ensino de matemática e cocriação de códigos de programação. 

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Novas utilizações e cenário de investimentos 

Em comparação a modelos como o ChatGPT, os agentes se diferenciam pela sua capacidade de aprender a partir de dados, tomar decisões e realizar ações por si só, sem que seja necessária uma intervenção humana adicional. 

No âmbito dos negócios, as expectativas são grandes e diversas. No mercado, já se tem apontado inúmeras possibilidades de uso desses agentes, em áreas como marketing — exercendo funções de suporte ao consumidor, produção de conteúdo, geração de leads —, logística e cadeia de suprimentos, recrutamento, finanças e gestão do negócio. 

Paralela e consequentemente, o mercado de agentes autônomos promete um crescimento robusto para os próximos anos. De acordo com um levantamento realizado pela Data Bridge Market Research, o setor deve atingir um valor de US$ 17,4 bilhões no período entre 2021 e 2028, sendo a diversidade de aplicações um fator fundamental para seu impulsionamento. 

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No universo das startups — que também têm capitaneado os avanços em inteligência artificial e agentes autônomos —, os investimentos também têm sido bastante relevantes. A Adept, fundada por ex-colaboradores da OpenAI e do Google, já alcançou US$ 1 bilhão em valuation. Já a startup francesa H, levantou US$ 220 milhões em investimentos Seed, com investidores que incluem a Amazon, Samsung e o ex-CEO do Google, Eric Schmidt

Conclusão 

Recentemente, estive na inauguração do AiSalon, onde tive a oportunidade de assistir a uma palestra do Marcondes Farias, Diretor de Go-to-Market da Microsoft Brasil e México, durante a qual este falou sobre transformações e tendências no Marketing com Inteligência Artificial. 

Em sua palestra, Farias nos apresentou o Copilot Studio, uma plataforma conversacional baseada em IA ponta a ponta, que permite a criação de personalização de copilots, a partir de linguagem natural e/ou interface gráfica. Assim, por meio do Copilot Studio, é possível projetar e publicar copilots que atendam necessidades específicas de seu usuário, dependendo de seu setor, departamento ou função. 

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Por ora, tem sido muito interessante observar o desenvolvimento e chegada de agentes autônomos no mercado brasileiro. É imprescindível, logo, que as organizações priorizem a construção de uma cultura de inovação, AI-first, de modo que estejam preparadas para a onda — ou avalanche? — que já se apresenta no horizonte, em uma nova era de evoluções e revoluções tecnológicas.