Maestro | Qual a história real do filme da Netflix?
Por André Mello | Editado por Durval Ramos | 19 de Dezembro de 2023 às 19h05
Maestro é a grande aposta da Netflix para o Oscar 2024, já conseguindo indicações para o Globo de Ouro como Melhor Filme Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator para Bradley Cooper (Nasce uma Estrela). A cinebiografia conta a história da vida do maestro Leonard Bernstein, condutor da Orquestra Filarmônica de Nova York.
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Além de abordar a carreira artística de Bernstein, o filme também joga o foco na sua vida privada, principalmente no seu casamento com a atriz Felicia Montealegre, interpretada por Carey Mulligan (Bela Vingança), um dos pontos altos da trama graças à dinâmica que eles tinham.
Só que, apesar de tudo isso, Bernstein não é uma figura tão conhecida assim do grande público — principalmente no Brasil —, o que levanta a dúvida do porquê essa história merecia virar filme e principalmente por que a produção vem sendo tão badalada.
Quem foi Leonard Bernstein?
Filho de judeus ucranianos, Leonard Bernstein nasceu em 25 de agosto de 1918 e sua aptidão artística o levou a estudar música. Em 1943, ele se tornou condutor assistente da Filarmônica de Nova York, levando-o a se tornar diretor de música da Orquestra Sinfônica de Nova York dois anos depois — uma ascensão rápida que mostrava bem seu talento.
Apresentando-se em todo o mundo, não demorou para que Bernstein se tornasse diretor da Filarmônica de Nova York. Compositor de diversas óperas e trilhas sonoras para filmes, como Sindicato de Ladrões, ficou ainda mais conhecido como um dos criadores, ao lado de Stephen Sondheim, do musical da Broadway Amor, Sublime Amor, que foi levado aos cinemas em 1961 e, mais recentemente, pelo diretor Steven Spielberg no remake de 2021.
Ao longo de sua vida, Bernstein recebeu várias premiações, como sete Emmys, dois Tonys, dezesseis Grammys e uma indicação ao Oscar. Ele também está no Hall da Fama do Teatro Americano e do Hall da Fama da TV americana.
Bernstein sempre lutou por causas humanitárias, conduzindo uma peça durante o concerto tocado dos dois lados do Muro de Berlim enquanto ele era derrubado, em 1989.
Bernstein e seu casamento com Felicia Montealegre
Mesmo focando bastante no lado profissional de Bernstein, Maestro deve ter como coração sua vida privada, em particular seu casamento com a atriz Felicia Montealegre. Ela era uma atriz chilena que conheceu o compositor em uma festa, em 1946.
Eles tiveram um relacionamento, noivaram, mas se separaram e, alguns anos depois, vieram a se casar, em 1951. Os dois tiveram três filhos e permaneceram juntos até 1978, quando a atriz faleceu vítima de câncer no pulmão.
Parece um relacionamento como qualquer outro, mas o casamento dos dois tinha uma particularidade, que era o fato de Bernstein ser gay. Apesar do companheirismo e amor que um sentia pelo outro, o compositor tinha atração por outros homens, tendo diversos relacionamentos durante seu período casado.
No livro The Leonard Bernstein Letters, de 2014, cartas de Montealegre confirmam que ela sabia dos romances que o marido tinha com outros homens. "Você é homossexual e isso talvez nunca mude — você não admite a possibilidade de uma vida dupla. Mas se a sua paz de espírito, sua saúde, todo o seu sistema nervoso depende disso, o que se pode fazer?", disse a atriz na carta.
"Eu estou disposta a aceitar você como você é, sem ser uma mártir… Vamos tentar e ver o que acontece se você for livre para ser como quiser, mas sem culpa ou necessidade de confissões", disse ela em outro trecho da carta.
Os dois viveram juntos se apoiando por anos, apesar de viver angústias do casamento. Dois anos antes da morte de Montealegre, Bernstein chegou a sair de casa para viver com um colega músico. Quando a esposa recebeu o diagnóstico de câncer, o compositor retornou ao seu lado e ficou com ela até a sua morte.
Você pode saber como a história da vida de Leonard Bernstein foi contada por Bradley Cooper a partir do dia 20 de dezembro, que é quando Maestro estreia exclusivamente na Netflix.