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Diretor fala de Batman mais humanista e explica sobre sua versão do personagem

Por| 21 de Abril de 2020 às 09h39

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Warner Bros.
Warner Bros.

Matt Reeves, o diretor de The Batman (ainda sem título oficial em português) prometeu um novo Batman, bastante diferente de tudo o que vimos até hoje nos cinemas: o homem-morcego do Robert Pattinson será mais humanista.

Além de um Bruce Wayne mais jovem, o novo filme já traz também um elenco menos branco, com Zoë Kravitz como Mulher-Gato e Jeffrey Wright como James Gordon, o que ajuda a demonstrar que Reeves tem uma nova proposta, mais autoral, mas a princípio respeitando o cânone e o fandom. Pouco tem sido revelado sobre o filme, mas as imagens do Batman e do seu Batmóvel acalmaram os fãs que desconhecem a carreira de Pattinson para além da Saga Crepúsculo.

Em entrevista ao Daily Beast durante o isolamento, Reeves comentou sobre como estava a produção antes da suspensão dos trabalhos em decorrência da pandemia de COVID-19. “Estava indo muito bem. Filmamos cerca de um quarto do filme até agora; temos três quartos para fazer. E quando for a hora certa e for seguro, voltaremos a isso”, revelou.

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O diretor disse que felizmente ele e sua família estão bem e que, por causa do isolamento, tem podido passar um tempo com os familiares, o que não seria possível caso estivesse trabalhando. Ele reconhece, porém, a tensão da situação, dizendo que são momentos difíceis, pois um membro da sua equipe chegou a contrair o vírus e morrer. “É muito assustador. Isso faz você realmente pensar sobre o que importa”, completou.

Claro, há uma parte de mim frustrada por estarmos no meio deste filme. Mas, ao mesmo tempo, eu realmente acho que as prioridades são como "ei, a única coisa que não queremos fazer é colocar alguém em risco". Queremos garantir que todos estejam o mais seguro possível. É por isso que paramos e, obviamente, foi a coisa certa a fazer.

A pausa, no entanto, não tem sido de todo ruim para a produção. Essa não é a primeira vez que Reeves precisa pausar algum filme seu e, quando questionado sobre a pandemia ser uma oportunidade para entrar mais a fundo na obra, ele disse que é possível ver isso como um possibilidade criativa. Entretando, mesmo isso tem ficado em segundo lugar para o realizador: “Acho que o mais difícil é que perdemos um membro amado da equipe. Para mim, isso é algo com o qual ainda estamos lidando.”

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Diferente de outros Batman

Reeves também explicou como o novo filme se diferencia dos Batmans que o antecederam.

“O modo como amei Planeta dos Macacos é o modo como amei Batman, de verdade. As únicas duas franquias que poderiam ter sido algo com o qual eu teria me conectado, surpreendentemente são as que me abordaram. Isso tem sido algo muito especial", afirmou o diretor.

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"Não posso dizer isso sobre quase nenhuma outra franquia, que seriam certas para mim. O que acho sobre isso, em ambos os casos, é que eu tinha uma opinião particular que, para mim, era pessoal. Sinto que, se não consigo abordar algo através de uma perspectiva que ressoe comigo em algum nível pessoal, não sei onde colocar a câmera e não sei como conversar com os atores. Também senti que havia ótimos filmes do Batman e não queria apenas fazer mais um. Eu queria fazer um filme do Batman que pudesse ser diferente.”

O diretor então explicou que quer que seu Batman tenha “a chance de ser algo diferente e humanista”, além de poder “usar as metáforas do gênero”. Esclareceu, ainda, que teve um tremendo cuidado com o roteiro, tomando todo o tempo necessário junto a equipe, e o resultado foi algo em que todos quiseram trabalhar, o que inclui o elenco, que tem ainda outros nomes de peso: Colin Farrell como Oswald Cobblepot (Pinguim), Paul Dano como Edward Nashton (Charada), Peter Sarsgaard como Gil Colson e John Turturro como Carmine Falcone, além do seu companheiro de Planeta dos Macacos e mestre da captura de movimento Andy Serkis como Alfred Pennyworth.

O diretor não economiza elogios ao falar da sua equipe. “Estou trabalhando com o diretor de fotografia [Greig Fraser] com que filmei Deixe-me Entrar e que acho imensamente talentoso”, celebrou. Reeves falou também de Pattinson e o definiu como um ator fantástico.

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O Daily Beast lembrou que outros Batmans, sobretudo a trilogia Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, trazem diversas questões político-sociais para dentro da trama. Além disso, o Coringa, de Todd Phillips, que é independente do universo compartilhado da DC, também trouxe reflexões sobre o bilionário Wayne como um herói. Ao ser questionado sobre tratar desses pontos no cenário atual, Reeves falou sobre a relevância disso no seu próprio filme.

Para mim, essa é a alegria de trabalhar com isso. Você usa esses elementos de superfície e os explora de uma maneira que, sinto eu, ainda não foram explorados. Nolan teve uma visão brilhante deles e o Burton também. Todo mundo tem uma opinião particular. Para mim, eu sabia que entraria na história de alguns ótimos filmes. E eu não queria apenas fazer um filme do Batman; Eu queria fazer um filme do Batman, onde me era permitido explorar as coisas que são importantes para mim. Tive muita sorte de eles estarem muito animados com essa perspectiva. Todos esses aspectos dos quais você está falando, todos se encaixam em um contexto. O filme que estamos fazendo, que agora está em pausa, é absolutamente feito no contexto de hoje. Não ignora nada disso. Eu acho que isso se torna incrivelmente emocionante. É como qualquer grande história que você possa revisitar no contexto dos tempos, e também no contexto da experiência humana, e encontrar novas maneiras de abordar o personagem que iluminam algo que seja significativo para você e, esperançosamente, significativo para o público.
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Tudo o que Matt Reeves falou, sobre um Batman que é mais uma visão pessoal que uma franquia da DC, está de acordo com a nova abordagem do universo expandido da DC no cinema, que resolveu deixar de competir com o Universo Marvel e investir em abordagens mais autorais de seus personagens, com filmes independentes entre si, assim como foi o filme solo do Coringa.

The Batman tem estreia prevista para 25 de junho de 2021 no Brasil.

Fonte: The Daily Beast