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Crítica Tartarugas Ninja: Caos Mutante | Um futuro rebelde para os mutantes

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Paramount Pictures
Reprodução/Paramount Pictures

De tempos em tempos, animações seguem um estilo bastante comum, sendo possível identificar a época do seu lançamento pelo jeito que se parece. Apesar de sempre lembrarmos da Disney ou da Dreamworks quando se fala em filmes animados americanos, esse tipo de coisa acontece independente do estúdio por trás do filme.

Com o lançamento de Homem-Aranha no Aranhaverso, em 2019, parece que algo mudou na mente de alguns produtores. Enquanto muitos acreditam que basta imitar o estilo incrível da animação, outros pensaram que, na verdade, ele abriu umaoportunidade para experimentar mais em suas próprias produções.

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Falo isso pois Tartarugas Ninja: Caos Mutante parece ser um filme que entendeu bem que o público está disposto a ver algo visualmente estimulante e entregou possivelmente a animação mais estilosa de 2023. Sim, superando até mesmo a aventura de Miles Morales.

Novas origens para um novo público

Caos Mutante começa mostrando uma nova origem para as Tartarugas, ainda que seja bastante similar à história clássica. Quando um cientista do Instituto de Pesquisa Tecno Cósmico (TCRI, na sigla em inglês) foge com seu experimento de criar vida mutante a partir de animais, mercenários são enviados para recuperar toda a pesquisa.

O cientista chegou a criar uma mosca mutante, mas, durante o ataque mercenário, acabou eliminado e seus experimentos desapareceram. Só que um dos elementos que causavam a mutação nos animais cai no esgoto e atinge outras cinco criaturas: um rato e quatro pequenas tartarugas.

Nisso, a história avança 15 anos e vemos as tartarugas adolescentes treinadas na arte do ninjitsu para se proteger dos humanos. Mesmo assim, Leonardo, Donatello, Michelangelo e Raphael querem fazer parte do mundo que só conseguem acompanhar de longe.

Quando um encontro por acaso com a jovem April O'Neil coloca os quatro na cola de um supervilão mutante que ameaça Nova York, as Tartarugas Ninja precisam aprender a ser os heróis que sempre sonharam.

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Com essa breve sinopse, é possível ter uma noção da história como um todo, mas a animação produzida por Seth Rogen (É o Fim) e dirigida por Jeff Rowe (Gravity Falls) reserva algumas surpresas para o público. Mesmo assim, a maior graça do filme, além do visual que logo falaremos mais, é a personalidade das Tartarugas e a atualização da trama para uma Nova York que parece mais com a que pode ser visitada hoje em dia.

Os quatro irmãos ainda mantêm muito das personalidades que todos conhecem, com Leonardo sendo líder, Donatello o gênio, Michelangelo brincalhão e Raphael esquentado, mas a maneira como eles foram escritos no filme os tornam mais realistas. Se é que é possível chamar Tartarugas Ninja de realista.

Quando eles conversam, os diálogos não soam infantis, parecendo uma conversa comum que adolescentes poderiam ter naquela situação. O mesmo vale para a atualização de April, que aqui ainda não é uma repórter, mas sim uma estudante querendo encontrar um furo para o jornal de sua escola.

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Essa modernização também vale para as referências dos personagens, que eventualmente vão parecer bastante datadas, mas para o público de 2023, parecem frescas e fazem sentido, se considerarmos que foram ditas por jovens de 15 anos.

Estilo e humor na medida certa

Tartarugas Ninja: Caos Mutante é um dos filmes visualmente mais interessantes de 2023, talvez a animação mais bonita de se ver. Em um ano com produções como Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, isso pode parecer absurdo, mas não é.

Enquanto o primeiro filme do Aranha mostrou que apostar em diferentes estilos de animação pode funcionar, é possível dizer que sua sequência foi um pouco além do necessário, tornando algumas cenas, ainda que impressionantes, confusas.

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Caos Mutante já foca em um estilo, que lembra muito o de desenhos feitos por adolescentes nos seus cadernos, ou mesmo arte de grafite encontrada em qualquer centro urbano do mundo. Desde a primeira cena, esse estilo funciona de um jeito incrível, não só sendo visualmente agradável, como também deixando toda a ação muito mais dinâmica.

Em algumas cenas de luta, as transições utilizadas e escolhas da animação são realmente impressionantes e deixam tudo mais empolgante. É algo que em uma eventual sequência pode evoluir, mas dificilmente vai correr o risco de mudar demais e estragar o ótimo trabalho feito pelos animadores de Caos Mutante.

Uma ótima aventura, mas ainda imperfeita

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Apesar de seus pontos altos, Tartarugas Ninja: Caos Mutante traz alguns problemas, sendo o principal o desenvolvimento de personagens, principalmente os secundários. Enquanto as quatro Tartarugas têm um arco que pode não ser o mais inovador, mas que funciona, outros personagens simplesmente mudam de alinhamento para servir à história.

Isso faz com que alguns acontecimentos não tenham tanta força como poderiam, simplesmente por não passarmos tempo suficiente com os personagens para se importar com suas escolhas.

Mesmo com esse problema, Tartarugas Ninja: Caos Mutante ainda é uma animação que funciona muito bem, inclusive em suas cópias dubladas. Se, na versão original, temos uma enxurrada de grandes nomes como Ice Cube (Anjos da Lei), Seth Rogen (Superbad: É Hoje!), John Cena (Pacificador) e Ayo Edibiri (O Urso), a versão nacional não traz nenhum nome conhecido do grande público, mas o trabalho dos dubladores brasileiros para dar vida aos personagens é excelente.

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Tartarugas Ninja: Caos Mutante acaba servindo como uma boa pedida para aqueles que querem ir aos cinemas para aproveitar o finalzinho do inverno com uma das grandes produções de Hollywood.

E tomara que o gancho para a sequência seja aproveitado…