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Crítica Sorria | Filme aposta em sonoplastia e ângulos intensos para aterrorizar

Por| Editado por Jones Oliveira | 05 de Outubro de 2022 às 20h00

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Paramount Pictures
Paramount Pictures

O que um filme de terror precisa para, de fato, ser assustador? São diversas as fórmulas usadas para contar uma história aterrorizante, desde cenas extremas de assassinato e tortura, como em Pânico e Jogos Mortais, por exemplo, até a escolha de não retratar os momentos mais perturbadores dos acontecimentos, como em O Telefone Preto, e apostar no suspense psicológico.

Mas no novo filme do diretor Parker Finn, Sorria, é possível ver uma combinação perfeita desta tensão psicológica com cenas macabras que te fazem pular da cadeira do cinema, muitas vezes em momentos inesperados. O longa de horror aborda a existência de uma entidade maligna que se manifesta através de traumas, e suas vítimas são torturadas até o dia da morte.

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Atenção: esta crítica contém spoilers de Sorria!

A história de Sorria não é muito diferente do que já vimos em outras produções de terror. No longa, uma médica psiquiatra, Rose (Sosie Bacon), atende uma paciente que diz ser perseguida por um "ser" que só ela consegue ver. Essa entidade do mal a persegue em uma personificação humana, muitas vezes com a aparência de familiares e amigos.

No momento do atendimento, então, a jovem paciente diz que a criatura está lá. Em poucos segundos, ela aparece na tela como descreveu a criatura para a médica: com o pior sorriso que alguém já viu na vida. Na sequência, ela comete suicídio de forma horripilante, claramente já possuída por esse ser.

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Sucessão

O que move o enredo de Sorria é a sucessão de suicídios provocados por esse "demônio", que é passado para quem assistiu a última vítima se matar. A alma dessas vítimas se torna ainda mais vulnerável devido a seus traumas, e o da protagonista é bem grande.

Para descobrir o que está acontecendo e o que são as visões assustadoras que vem presenciando, Rose começa a fazer pesquisas e investigações, o que é visto em diversos filmes de terror e suspense. Logo, com a ajuda do amigo policial Joel (Kyle Gallner), a protagonista descobre essa sucessão.

Inclusive, Rose também descobre que somente uma pessoa conseguiu desfazer essa corrente do mal. A tática, no entanto, foi cometer um assassinato. É quando o espectador começa a questionar se essa será a saída da personagem. A partir desse momento, Sorria fica ainda mais tenso.

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Terror e suspense psicológico

Além de explorar a personificação do sorriso maléfico, Parker Finn aposta em enquadramentos e sonoplastia para deixar Sorria ainda mais aterrorizante. Além de nos assustar com os sorrisos perturbadores que aparecem no decorrer do longa, o diretor soube muito bem usar as câmeras para quebrar um pouco do clichê de filmes do gênero.

Em diversos momentos, ao longo de quase duas horas de duração, o filme inova ao trazer os jumpscares nos momentos mais imprevisíveis. Sorria cria a tensão de que algo vai te fazer pular de susto e nada acontece. Então, quando você menos espera, um rápido flash invade a tela por menos de um segundo, mas suficiente para te deixar de cabelo em pé.

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O filme também aposta em enquadramentos que começam de ponta-cabeça e giram até ficar normal, sempre aproximando ou afastando a câmera. O diretor também escolheu deixar espaços nas laterais dos personagens, enganando o público de que algo vai aparecer ali e nos assustar. Porém, os sustos, na maioria das vezes, aparecem quando nada disso está acontecendo.

A sonoplastia é outro ponto forte de Sorria, usada da melhor forma possível para criar a tensão e expectativa. Muitas vezes, os sons e músicas são tão altos que já causam medo por si só, sendo tão impactantes quanto a famosa trilha do assassinato de Marion em Psicose, que também faz o coração acelerar mais rápido.

Terror e saúde mental

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Sorria ainda faz um paralelo com traumas e saúde mental, mas não chega a ser uma analogia ao sofrimento de um transtorno ou distúrbio com um trágico fim de suicídio. O filme de terror explora a vulnerabilidade de pessoas que passaram por momentos traumáticos como uma porta de entrada da entidade.

Essa fórmula já é vista em várias outras produções, então não é novidade que um espírito ou demônio consiga encarnar ou assustar com mais facilidade uma pessoa "aberta". Os traumas e a infelicidade de Rose são expostos ao final da trama, mas a protagonista entendeu que deveria enfrentá-los quando já era tarde demais.

Sorria, portanto, é um ótimo filme de terror, sem trazer sustos desnecessários, e tem uma narrativa bem construída dentro do audiovisual. O maior erro do longa, porém, talvez tenha sido personificar a entidade maligna em uma criatura extremamente estranha, mas não tão assustadora, parecendo mais uma pessoa fantasiada do que um ser paranormal malvado.

Sorria está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta o seu ingresso na Ingresso.com.