Publicidade

Crítica Pânico 5 | Filme mostra que a fórmula da franquia não tem validade

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
Paramount Pictures
Paramount Pictures

Qual é o seu filme de terror preferido? De muitos, a resposta é a franquia Pânico, uma das mais importantes do gênero slasher. A saga acaba de ganhar o seu quinto filme, mais de 10 anos depois da estreia do último nos cinemas, prometendo não perder a essência responsável pelo seu sucesso há mais de 25 anos.

A saga Pânico começa quando Sidney Prescott (Neve Campbell) é atormentada por um assassino em série, e sobrevive aos seus ataques ao longo dos anos e de mais três filmes. Essa fórmula esteve presente em todos os longas, sendo ela a grande protagonista, mas no quinto filme da franquia as coisas foram um pouco diferentes.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Atenção: esta crítica pode conter spoilers de Pânico 5!

A memória de Wes Craven

Desde o primeiro anúncio, Pânico 5 diz prestar homenagem à memória de Wes Craven, que esteve por trás da direção dos quatro primeiros filmes. Infelizmente, ele faleceu em 2015, o que poderia ter colocado a franquia em risco se o legado da saga não fosse tão forte e adorada até por quem trabalha com cinema.

Dessa vez, portanto, a direção ficou por conta de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, dupla que também dirigiu o incrível Casamento Sangrento, de 2019. Os diretores conseguiram manter a fórmula que trouxe resultados positivos aos filmes, e ainda conseguiu brincar com tudo isso sem perder a essência original, o que deixaria Craven mais do que orgulhoso.

Legado

Pânico 5 não falha nos momentos de tensão, reciclando a forma de nos apresentar às situações e reformulando elementos, que chegam até a ser ainda mais divertidos. Isso é visto, por exemplo, na cena de um dos assassinatos, em que esperamos ver Ghostface aparecer a cada vez em que uma porta é aberta e fechada. Os diretores fizeram essa brincadeira com o clichê, possivelmente, para prestar homenagem à formula que deu tão certo.

A interação com o assunto filmes de terror também continua presente, mas no novo filme a questão é explorada com base na atualidade, claro. No longa, o Ghostface é obcecado pelos filmes Stab, com a motivação do crime relacionada ao que é chamado de "fanfiction", ou "fanfic", quando um fã amador escreve uma história e a publica na internet.

Continua após a publicidade

Esses detalhes, entre outros, mostram que é possível adaptar histórias e situações que faziam sentido em outras gerações para a atual. Para isso, no entanto, é como se a franquia estivesse começando novamente. Isso já foi sugerido quando o filme foi anunciado, quando percebemos que o número 5 não está explícito no título.

Então, com o filme nos cinemas, vemos que Sidney Prescott não é mais o centro das atenções nos assassinatos, ainda que a sua presença na cidade tenha sido uma honra pra o Ghostface. Pânico 5 também elimina personagens da saga original, um deles sendo um dos mais importantes de toda a franquia, possivelmente para mostrar que um novo ciclo está começando.

Referências

Continua após a publicidade

Pânico 5 não seria uma homenagem ao original se não trouxesse várias referências aos filmes passados. No enredo principal, temos Sam (Melissa Barrera), a filha do primeiro Ghotsface, Billy Loomis, que é praticamente a "nova Sidney". Stu Macher, que fez companhia ao amigo nos assassinatos, também é mencionado algumas vezes.

Judy Hicks (Marley Shelton) também está de volta, e temos ainda sobrinhos do icônico personagem Randy Meeks (Jamie Kennedy), que é bastante citado na nova produção. Além disso, as últimas matanças acontecem na mesma casa dos momentos finais do primeiro filme, deixando os eventos mais nostálgicos.

Óbvio, mas proposital?

Continua após a publicidade

Toda essa construção baseada na nostalgia e prestando homenagem à franquia e ao gênero, chega em um Ghostface que é óbvio desde o começo do filme. No entanto, essa escolha não precisa ser considerada como algo negativo, muito pelo contrário.

Recentemente, uma minissérie da HBO — que não terá o nome citado para não entregar o final — trabalha com a desconstrução do óbvio ao longo dos episódios. Em uma investigação de assassinato, todas as provas indicam uma única pessoa sendo culpada. No entanto, por estar tão escancarado, o espectador acaba se convencendo de que não é ele, claro, pois não seria tão óbvio assim.

Porém, é aí que está o jogo: sim, era ele desde o começo. Essa confusão mental provocada pela trama é semelhante ao que acontece em Pânico 5. Assim que somos apresentados ao personagem que é o Ghostface, pensamos que todas as evidências apontam para ele. Mas, na sequência, vem o pensamento de que não, seria muito óbvio. Até que a descoberta acontece e, sim, era ele.

Pânico 5 se consagra como um bom filme, sem se perder da premissa original e conseguindo se modernizar. A trama diverte na mesma proporção em que deixa o público apreensivo, mostrando que a fórmula do seu sucesso não tem data de validade e ainda pode render novas sequências.

Continua após a publicidade

Pânico 5 está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta o seu ingresso na Ingresso.com.