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Crítica O Exorcista do Papa | Terror tem tudo que os fãs de exorcismo querem

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/ Screen Gems
Reprodução/ Screen Gems

O mês de abril começou quente com o lançamento de O Exorcista do Papa, um filme de terror dirigido por Julius Avery (Samaritano) e baseado na vida de Gabriele Amorth, um padre que se tornou o exorcista chefe do Vaticano e se orgulhou de ter realizado, aproximadamente, 100 mil desobsessões. Com quase duas horas de duração, o longa da Sony Pictures é um grande acerto e também um respiro para o gênero, que vinha sofrendo com filmes ruins ao longo do tempo.

Protagonizado por Russell Crowe — que também já estrelou Noé, Uma Mente Brilhante e Gladiador —, o longa começa mostrando o padre Gabriele tirando o demônio de um jovem rapaz e colocando-o no corpo de um porco, que logo é morto com um tiro na cabeça. O início ágil e a rapidez de já entregar uma cena forte de exorcismo é o estímulo ideal para prender a atenção do público que fica tenso esperando os próximos acontecimentos.

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E podemos dizer que o que vem em seguida também agrada. Gabriele, já consagrado chefe de exorcismos, é chamado para ajudar uma família no interior da Espanha. Lá, ele conhece Julia (Alex Essoe), a matriarca, e seus dois filhos: Amy, uma adolescente rebelde vivida por Laurel Marsden (Ms. Marvel); e Henry (Peter DeSouza-Feighoney), um garoto de aproximadamente oito anos que está completamente possuído por uma entidade poderosa.

A partir de então, ele se une ao padre da cidade para tentar combater o tal demônio. Acontece que desta vez a entidade é muito mais forte do que ele poderia prever e usa de todos os seus pecados e arrependimentos para tentar destruí-lo.

Um combate de gigantes

Quem gosta de filmes de exorcismo não tem do que reclamar do novo longa da Sony Pictures. Isso porque O Exorcista do Papa abusa de todos os clichês possíveis para contar a história, mas sem deixar a trama perder qualidade. Tem pescoço torcido, corpo sendo arremessado, olhos revirados e tudo mais que o diabo (e a gente) gosta.

Já o texto acerta justamente por ser coerente e ter um início, meio e fim dignos. Enquanto acompanhamos o padre Gabriele lutando para descobrir o nome do demônio e, enfim, derrotá-lo, descobrimos, junto com ele, uma conspiração da Igreja Católica para esconder os terrores da Santa Inquisição, acontecidos entre os séculos XII e XVIII.

Assim, logo descobrimos que o demônio se chama Asmodeus e se alimenta da alma dos religiosos para conseguir se infiltrar na Igreja e destruí-la. Agora, ainda mais fortalecido, ele quer entrar no corpo de Gabriele para chegar até o Papa.

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A estratégia de usar os segredos sombrios do catolicismo como argumento da trama foi um acerto e tanto dos roteiristas Michael Petroni e Evan Spiliotopoulos, que souberam conduzir bem a história sem deixá-la cair no banal. Mostrar as inseguranças dos religiosos tornou-os mais humanos e mostrou também a fragilidade dessa instituição que há anos comanda o mundo de certa forma.

Além disso, resolveu um problema que muitos filmes de terror costumam sofrer: a falta de roteiro lógico. Não é raro vermos produções que começam bem, mas derrapam do meio para o final deixando a coerência de lado.

Elenco não deixa a desejar

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Por falar em derrapar, uma coisa que não vemos em O Exorcista do Papa é o elenco fazendo feio. Russell Crowe, que já havia estrelado produções da Marvel e da DC, aparece como um excelente padre, que, além da força física, se garante também na fé para derrotar seus inimigos, sejam eles de outro mundo como Asmodeus ou reais, como os cardeais que queriam destruí-lo.

Alex Essoe e Laurel Marsden também agradam como mãe e filha que estão completamente apavoradas pelo que está acontecendo diante de seus olhos. O destaque, no entanto, fica para o pequeno Peter DeSouza-Feighoney, que, mesmo com pouca experiência, entrega uma atuação incrível.

Sem forçar a barra, ele faz as caras e bocas que um garoto endemoniado precisa fazer e ainda abusa do olhar penetrante para assustar quem está do outro lado da tela.

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Já o demônio também tem seu lugar. A voz dele ficou sob responsabilidade de Ralph Ineson, que já tem experiências com terror em seu currículo (A Bruxa e Boneco do Mal 2), e que não decepcionou.

O Exorcista do Papa pecou… por exagero

Como nem tudo é perfeito, é claro que O Exorcista do Papa também teria pontos a melhorar, e um deles é justamente o exagero dos efeitos visuais nas últimas cenas. Não dá para negar que a batalha entre Deus (os padres) e o Diabo (Asmodeus) é emocionante, mas são tantos efeitos exagerados que começa a cansar, além de ficar mais inverossímil do que era esperado.

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Desse modo, se o filme tivesse segurado a mão no extraordinário, seria melhor e mais bem acabado. Ainda assim, a trama agrada, o suspense causa tensão, o demônio assusta e o protagonista acerta atuando tanto em italiano quanto em inglês.

Quem estiver disposto a enfrentar alguns demônios junto com Russell Crowe pode garantir as entradas para assistir a O Exorcista do Papa na ingresso.com.