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Crítica O Convento | Terror promete muito, mas entrega história banal

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Julho de 2023 às 21h05

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Divulgação/IFC Films
Divulgação/IFC Films

Provando que nem se só de Barbiee de Oppenheimervive o cinema, chega às telonas O Convento no dia 27 de julho um terror que traz rituais macabros, possessão demoníaca e tudo o que há de mais aterrorizante no gênero misturado com ritos relacionados à Igreja Católica. Mas, apesar da premissa atrativa que lembra clássicos como Possessão, A Freira e Oração Diabólica, a promessa de entregar medo e susto morreu na praia devido à uma péssima execução.

Escrito e dirigido por Christopher Smith, a trama acompanha Grace (Jena Malone), uma jovem oftalmologista que não tem muitos amigos e vive uma vida um tanto quanto deprimente devido a algumas circunstâncias do seu passado. Um dia, ela é chamada a um convento na Escócia, onde o seu irmão supostamente cometeu suicídio.

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Chegando lá, ela conhece a Madre Superiora (Janet Suzman), o restante das irmãs de caridade e o padre Romero (Danny Huston), que tentam lhe convencer que o seu irmão se matou quando estava enfrentando uma luta contra o Diabo. Ateia, Grace não acredita na história e passa a investigar o caso por conta própria, mas quanto mais procura pistas, mais se enfia num vespeiro repleto de sacrilégios e acontecimentos macabros.

Com essa premissa interessante, O Convento até parece que vai vingar, principalmente porque a primeira cena é bem impactante, atiçando o espectador. Acontece que, ao tentar mesclar várias narrativas simultaneamente, o filme perde forças e acaba sendo simplista demais.

O texto, a princípio, apresenta uma trama de possessão, depois insere um caso de violência doméstica e, finalmente, mescla com um ritual absurdo da Igreja. Tudo isso poderia combinar se a execução não deixasse as pontas soltas, quase dividindo a história em blocos.

A figura da freira é mal aproveitada no filme

Um dos maiores pontos negativos do filme é que apesar da figura da freira ser o chamariz do longa (sendo, inclusive, explorada no pôster), ela não se sobressai no filme. A Madre Superiora realmente parece assustadora no início — mérito da excelente atuação de Janet Suzman —, mas logo que a trama avança ela se torna apenas mais uma coadjuvante qualquer, assim como as outras irmãs.

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Isso, é óbvio, frustra o público que se não esperava um longa tão bom quanto A Freira (da saga Invocação do Mal), pelo menos tinha a expectativa de ver algo mais potente.

Quem se sobressai é o padre Romero, que em um dos diálogos disse: “Deus está acima de nós e eu, depois dele”. Isso retrata nitidamente como o filme escolhe colocar o religioso como o antagonista principal e deixar o restante de lado.

Já falando na protagonista Grace, Jane Malone que a interpreta brilha nos primeiros momentos de tela, mas depois perde um pouco de fôlego porque o seu texto a enfraquece. A atriz já brilhou em Jogos Vorazes - Em Chamas e em Orgulho e Preconceito, de 2005, e aqui aparece como uma protagonista que agrada, embora seja um pouco morna assim como o filme todo.

Já Danny Huston, o padre Romero, tem sido chamado de coadjuvante de luxo, e não é para menos. Nos momentos em que aparece, ele agrada, mas não se destaca ao ponto de se tornar o filme memorável.

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De boa intenção o inferno está cheio

Por fim, o que mais entristece em O Convento é que ele tem uma sinopse interessante, e parece querer despontar como um bom filme de terror, daqueles de assistir roendo as unhas. Mas, como é sabido de boa intenção, o inferno está cheio e ao transitar entre o suspense e o horror, e tentar criar uma trama com várias narrativas dentro do mesmo texto, o roteiro se embanana e perde a força.

Alguns flashbacks apressados em contrapartida com outras cenas lentas demais, causam desinteresse e fazem com que o filme chegue ao final sem grande clímax.

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Christopher Smith tem experiência no gênero, tendo em seu currículo o ótimo Triângulo do Medo e o agradável Mutilados, mas aqui entregou uma trama morna que não chega a ser de todo ruim, mas também que não causa grande impacto no público, especialmente aqueles já acostumados com o gênero.

É um longa que vale a pena ser visto no streaming numa tarde qualquer de domingo, mas não compensa o ingresso do cinema. Ainda assim, se você quiser dar uma chance à obra, poderá assisti-lo nos cinemas a partir do dia 27 de julho.