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Crítica Irmã Morte | Um competente spin-off de terror espanhol

Por| Editado por Durval Ramos | 31 de Outubro de 2023 às 10h40

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Reprodução/Netflix
Reprodução/Netflix
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Filmes de terror em espanhol tendem a entregar uma qualidade impressionante, independentemente da forma do seu lançamento. O mais recente filme do gênero a chegar ao streaming, Irmã Morte, é um spin-off de um filme que fez um sucesso considerável na Netflix, e chega com a tarefa de tentar se destacar em meio a tantas produções que envolvem temas religiosos.

Derivado de Verónica, Irmã Morte foca no passado de uma personagem do longa, a Irmã Narcisa, também conhecida como a Irmã Morte do título. O novo longa explora um pouco mais sobre a personagem e acontecimentos macabros que aconteceram na época em que ela era apenas uma noviça.

Abençoada pelos céus

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Sequência do filme de 2017, Irmã Morte volta no tempo, mostrando a década de 30 em uma Espanha pós-guerra. Uma jovem chamada Narcisa é considerada abençoada desde criança por ter tido visões de Nossa Senhora, virando uma espécie de celebridade religiosa na região onde morava.

Mais velha e seguindo uma vida religiosa, a agora noviça começa a trabalhar como professora em um antigo convento que agora se tornou uma escola para meninas. Não demora muito para que Narcisa passe a ouvir e ver coisas estranhas pelo local, e busca entender exatamente o que está acontecendo.

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Com isso em mente, Irmã Morte desenvolve sua história de um jeito relativamente rápido e firme, sem dar muitas voltas no roteiro para entregar uma atmosfera tensa, já que o filme não aposta tanto em sustos. Toda a temática de convento e assombrações foi usada tantas vezes que fica bem difícil inovar dentro desse contexto, então exatamente por não tentar reinventar a roda que Irmã Morte funciona tão bem.

Colocar Narcisa como uma jovem conhecida por seus dons em meio a esse ambiente também cria certa tensão entre as freiras, com algumas se opondo à simples presença dela no convento.

Tudo isso ajuda a criar um clima de medo e desconfiança no filme, que só se amplia quando os acontecimentos sobrenaturais tomam conta da trama.

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Aquela cadeira tombando do nada…

A noviça Narcisa acaba encontrando um desafio maior quando começa a encontrar vestígios de uma assombração no antigo convento. O fato de histórias sobre uma menina no local, contadas pelas crianças que vivem no local, apenas deixam tudo ainda mais esquisito.

Apesar de ter uma ou outra cena que aposta em sustos, toda a trama sobrenatural é tratada de uma maneira consideravelmente séria e talvez esse seja um dos motivos pelos quais ela funciona tão bem. A jovem Narcisa começa a investigar exatamente o que aconteceu e, somente após tragédias, ela consegue entender exatamente o que aconteceu e como as coisas podem se resolver.

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Nesse caso, o trabalho da atriz espanhola Aria Bedman (Silêncio) no papel principal é crucial para fazer com que a história se mantenha de pé. Se no começo do filme ela apresenta inocência e certo medo do caminho que precisa seguir, ela evolui de maneira convincente na segunda metade do filme, antes de se transformar na personagem que o público conheceu em Verónica.

Terror sobrenatural, mas com raízes bastante reais

Um dos pontos que faz Irmã Morte funcionar é conseguir trazer um pouco do horror real para dentro de uma história sobre assombrações em um convento. Colocando a trama logo após a Guerra Civil espanhola, é possível notar que existe uma conexão com o mundo real e as brutalidades cometidas durante a guerra com a trama, o que a torna mais impactante.

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Mesmo com essa carta na manga, que é utilizada em um momento que faz bastante sentido e consegue fazer com que a história caminhe, por se tratar de um filme relativamente curto, existe uma sensação de que esse elemento poderia ser mais explorado. Entre pesar para um ou outro lado, o filme opta em tentar equilibrar esses dois tipos de terror, o que funciona, mas perde a oportunidade de ser algo a mais.

Talvez esse seja o grande trunfo e defeito de Irmã Morte. Ele segue bem a cartilha do gênero, mas não traz absolutamente nada de novo, o que pode incomodar algumas pessoas, enquanto outras vão ficar bastante felizes em ter algo competente e que entretém por pouco mais de uma hora e meia.

É possível encontrar momentos ao longo do filme em que ele poderia se tornar mais amedrontador ou simplesmente explorar mais personagens e acontecimentos, mas segue enxuto e em um ritmo que não deixa a trama se perder. Ao mesmo tempo, esse ritmo firme não permite que alguns momentos tenham mais tempo para respirar.

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No geral, Irmã Morte é uma boa pedida para os fãs de terror e de Verónica, entregando um pouco sobre o universo apresentado no longa anterior. É interessante pensar que pelo grande salto de tempo entre os dois filmes, é possível que sequências de Irmã Morte possam ser produzidas, trazendo de volta Aria Bedman ao papel.

Se considerarmos essa produção, não seria uma má ideia.

Irmã Morte está disponível na Netflix.