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Crítica Flamin’ Hot | Filme é temperado na medida e acerta no enredo

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Junho de 2023 às 20h20

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Divulgação/Star+
Divulgação/Star+

Uma das principais novidades do Star+ em junho, Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a Históriaconta a história da criação do Cheetos Flamin’ Hot, um dos salgadinhos picantes mais famosos no mundo. Mas, na realidade, o que vemos na tela é muito mais que isso. Com pouco mais de uma hora e meia de duração, o longa narra a vida de Richard Montañez, um homem de origem humilde que conseguiu mudar de vida ao transformar o aperitivo em um verdadeiro sucesso de vendas.

Para começar, a trama nos apresenta à infância de Richard. Filho de mexicanos, ele vivia com um pai e um avô rígidos que lhe ensinaram logo cedo que sua vida não seria fácil. Na escola, sua realidade não era muito diferente e ele constantemente sofria bullying dos garotos do colégio — fato que, ao ser retratado, se mostra um acerto do filme, uma vez que, apesar de ser uma produção estadunidense, não escondeu a realidade cruel que os imigrantes vivem no país.

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A partir daí o que vemos é Richard crescendo e tentando se tornar um homem decente, mas enveredando por caminhos um tanto quanto obscuros. Nessa fase ele conhece Judy, a mulher que viria a se tornar sua esposa (interpretada brilhantemente por Annie Gonzalez), e os dois juntos vivem uma vida pacata marcada pela eterna dificuldade financeira.

A virada do longa acontece, no entanto, quando ele consegue um emprego formal de faxineiro na Frito Lay, empresa responsável pela produção de petiscos como os salgadinhos Cheetos, Doritos, entre outros. É a partir de então que vemos Richard tentar crescer na empresa, sempre apoiado pela esposa.

Vivido por Jesse Garcia (que já apareceu no tristíssimo A Vida é Bela e em A Mãe, da Netflix), o protagonista tem carisma suficiente para sustentar a história sozinho, mas sua atuação fica ainda melhor quando contracena com Annie (a Judy) e com Dennis Haysbert, que vive o operador de máquinas Clarence Baker.

Negro e vivendo em um Estados Unidos que além de xenófobo é racista, Baker se faz de durão, mas acaba caindo nos encantos de Montañez e tornando-se seu mentor. A união dos dois dá fôlego ao longa, mesmo quando parece que não há nada mais para acontecer.

Flamin’ Hot: de comum a extraordinário

Sem deixar a peteca cair, a atriz Eva Longoria — que faz sua estreia na direção — soube conduzir bem a história, não deixando espaço para o tédio. Quando tudo parece normal e parado demais no longa, um imprevisto retoma o ritmo. O que acontece é que os Estados Unidos entram em uma crise financeira que faz milhares de fábricas fecharem e/ou demitirem seus funcionários.

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É a partir desse ponto que Montañez, temendo perder seu único emprego regulamentado até então, decide dar uma guinada na vida e ajudar a empresa a vender mais. Olhando para suas origens, ele logo descobre um ingrediente que pode tornar o Cheetos extraordinariamente saboroso: a pimenta.

E é testando inúmeras combinações com sua esposa e seus dois filhos que ele chega à receita que mudaria para sempre a história da Fritos Lay.

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Seu êxito e brilhantismo foram recompensados com uma promoção que o transformou em diretor de marketing; cena que aparece no encerramento da trama e que tem potencial para arrancar até algumas lágrimas do espectador mais emotivo.

Exagerado, mas bem produzido

Quem assiste a Flamin' HOt com um olhar mais crítico, no entanto, perceberá com facilidade que muitos momentos do longa são aumentados ou modificados para favorecer a "jornada do herói". Ainda assim, isso não compromete a qualidade da obra, que em nenhum momento se propõe a ser uma biografia documental e beira mais uma comédia de fim de domingo do que uma trama para refletir.

Recheada de polêmicas, a história verdadeira da criação do salgadinho Flamin’ Hot ainda é um mistério, mas o que o filme quer é contar a versão de Montañez, baseada em seu próprio livro (Um Menino, Um Burrito e Um Biscoito: De Zelador a Executivo), e é isso que ele faz.

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Sem apelar para um sentimentalismo barato do tipo “o pobre que lutou e ficou rico”, a produção não apaga os erros do protagonista e nem o retrata como um cara subserviente, uma vez que Richard não é lá o personagem mais humilde de todos.

Além disso, Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História não esconde e nem embranquece os mexicanos, que, apesar de um pouco caricatos em alguns momentos, ganham a relevância que merecem. Vale falar que Longoria também tem origens mexicanas e conseguiu trazer um olhar mais verídico sobre a comunidade.

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Desse modo, fica fácil concluir que Flamin’ Hot é bem temperado, mesclando comédia e drama na medida certa, além de ser uma boa adição ao catálogo do Star+. Quem quiser assisti-lo, já o encontra na plataforma do streaming.