Salmão-dentes-de-sabre tinha presas como as de javali
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas descobriram mais sobre os dentes de uma curiosa espécie de peixe já extinta — o salmão-dentes-de-sabre. De nome científico Oncorhyncus rastrosus, os grandes nadadores viviam na costa do Pacífico onde hoje fica o noroeste dos Estados Unidos, entre 11 e 5 milhões de anos atrás.
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Esses animais pré-históricos foram descobertos a partir de fósseis da Formação de Madras, no estado americano do Oregon, nos anos 1970. Seu tamanho médio variava entre 2,4 metros e 2,7 metros de comprimento e o peso chegava a 177 quilos, sendo o maior dos salmonídeos que já viveu, grupo que inclui salmões e trutas modernas.
Assim como os salmões atuais, eles migravam do mar até rios de água doce para procriar, e eram planctonófagos, ou seja, se alimentavam de plâncton. Sua característica mais curiosa, no entanto, ficava nos grandes dentes protuberantes, medindo de 2 cm a 3 cm e lhe conferindo seu nome. A questão é que, segundo análises dos fósseis, eles eram diferentes do que acreditávamos.
Como era o salmão-dentes-de-sabre
A cientista Kerin Claeson, da Faculdade de Medicina Osteopática da Filadélfia, reuniu uma equipe para estudar fósseis dos salmões-dentes-de-sabre encontrados ao longo dos anos. Paleontólogos, anteriormente, acreditavam que os dentes se projetavam da boca, como nos tigres-dentes-de-sabre, já que nunca haviam encontrado seus fósseis junto ao resto do crânio.
Com tomografias computadorizadas e outras análises dos fósseis, no entanto, Claeson e seu time descobriram que os dentes apontavam para os lados a partir do crânio, como em um javali-africano. Segundo ela, seria mais preciso chamar a espécie de “salmão-dentes-de-espinho”. Não há, no entanto, como saber para quê a espécie usava as protuberâncias ósseas.
Como comiam plâncton, é provável que os animais aquáticos usavam as presas para lutar contra predadores ou rivais da mesma espécie, ou talvez para cavar ninhos — ou uma mistura de tudo isso. Os dentes restantes eram pequenos e os peixes tinham muitos rastros branquiais, formações ósseas usadas para filtrar e capturar alimentos dos arcos branquiais, estruturas que suportam as guelras. Segundo os cientistas, ambos os sexos possuíam as presas.
Fonte: PLOS One