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Paleontólogos descrevem nova espécie de tigre-dentes-de-sabre achada na China

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Maio de 2023 às 17h56

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Jiangzuo et al./Oscar San Isidro/PRSB
Jiangzuo et al./Oscar San Isidro/PRSB

Paleontólogos descreveram, recentemente, uma nova espécie de tigre-dentes-de-sabre, identificada, inclusive, como a mais antiga e primitiva do gênero Amphimachairodus. Extinta há milhões de anos, a criatura possuía adaptações cranianas e dentárias propícias ao comportamento social e a ambientes abertos, mostrando habilidades para além da caça masterizada pelos felinos.

O nome completo do novo dentes-de-sabre é Amphimachairodus hezhengensis, sendo que o animal foi encontrado no atual norte da China. Ele viveu na idade Turoliana da época do Mioceno, entre 10 e 9 milhões de anos atrás. Os Amphimachairodus são o gênero mais bem-sucedido e distribuído entre os tigres-dentes-de-sabre do final do Mioceno, segundo os autores. Seus membros são conhecidos na Europa, Ásia e América do Norte.

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Distribuição e características

Esse tipo de tigre-dente-de-sabre, que tinha o crânio mais longo do que o mais famoso desses felinos — o Smilodon —, foi documentado principalmente nos depósitos Turolianos ou de épocas equivalentes, com muitos fósseis na bacia Linxia, entre 8 a 6 milhões de anos atrás, e Baode, de 5,3 milhões de anos atrás, ambas na China. Na América do Norte, os sítios que mais apresentam fósseis dos Amphimachairodus são os da formação Quiburis e Coffee Ranch.

A linhagem desse gênero se diferenciou do Smilodon há cerca de 18 milhões de anos, e muitos de seus traços cranianos — como o focinho longo e osso mastoide alargado — já são similares aos dos Homotherium, gênero conhecido como tigre-dentes-de-cimitarra, sugerindo adaptações evolucionárias parecidas. Ainda não sabemos, no entanto, de qual gênero especificamente se originaram os Amphimachairodus e nem a função exata desses traços anatômicos.

Para poder descrever a nova espécie, foi analisado um crânio quase completo de A. hezhengensis encontrado em Houshan, na bacia de Linxia, no nordeste do Platô Tibetano. Estudando os restos, já que são de um dos primeiros membros do gênero, a paleontologia terá uma base para descobrir mais sobre a morfologia e as adaptações únicas e curiosas dos bichos. A espécie tinha cerca de 2 metros de comprimento, uma testa larga, rosto longo e dentes incisivos pequenos.

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Caçadores sociáveis

O focinho longo do fóssil, bem como a órbita localizada lateralmente e numa área posterior, indica uma melhor habilidade em observar o ambiente ao seu redor, ao invés de focar em presas únicas diretamente à sua frente. Isso sugere uma adaptação a ambientes mais abertos ou comportamento mais social — talvez ambos.

A análise da equipe concluiu que traços ligados ao comportamento hostil e adaptações a ambientes abertos evoluíram antes de outras características, sugerindo que mudanças no comportamento de caça possam ter sido as maiores incentivadoras evolucionárias no início da evolução da linhagem.

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O A. hezhengensis é, segundo os pesquisadores, uma das transições mais importantes na evolução dos Machairodontini, os ajudando a se adaptar melhor ao campo aberto e a se espalhar por todo o mundo. Eles acreditam que as mudanças possam ter a ver com os ambientes ficando cada vez mais áridos à medida que o Platô Tibetano subiu, além da competição com outros grandes carnívoros da região.

Fonte: Proceedings of the Royal Society B.