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Rãs podem fingir a própria morte para escapar do acasalamento

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Outubro de 2023 às 17h07

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Michaela Filipcikova/Unsplash
Michaela Filipcikova/Unsplash

Rãs podem fingir a própria morte como uma tentativa de escapar do acasalamento. Essa é a descoberta de um estudo publicado na revista Royal Society Open Science nesta quarta-feira (11). Em experimento, os cientistas notaram que esse mecanismo de defesa é muito utilizado pela espécie Rana temporaria.

Essa defesa pode ser questão de sobrevivência, uma vez que, dependendo da ocasião, seis ou mais machos podem competir para montar uma fêmea ao mesmo tempo. Trata-se de um fenômeno que foi visto no Brasil recentemente, com cobras que formaram um cacho, por conta do grande número de machos em busca da fêmea.

Os pesquisadores explicam que, em alguns casos, a fêmea pode ser morta nessa tentativa de acasalamento, por isso desenvolveram técnicas para evitá-lo.

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Para o estudo, os investigadores recolheram machos e fêmeas da espécie em um lago durante a época de reprodução e dividiram em tanques cheios de água, de modo que cada tanque continha duas fêmeas e um macho.

Técnicas para escapar do acasalamento

Das 54 fêmeas que foram agarradas por um macho, 83% rolaram de costas em resposta, colocando o macho debaixo d'água e obrigando-o a soltar para evitar o afogamento.

A equipe também descobriu que 48% das fêmeas montadas por machos emitiam grunhidos e guinchos que imitam aqueles realizados pelos machos, para evitar que outros machos os montem.

Os pesquisadores ainda descobriram que 33% das fêmeas ficavam imóveis com os membros estendidos por cerca de dois minutos depois de serem montadas pelo macho. Além da tentativa de fingir a morte, o comportamento também poderia ser apenas uma resposta automática ao estresse, então a ideia dos pesquisadores é entender isso de fato a partir de futuros estudos.

O grupo também reparou que as fêmeas mais jovens tendem a ficar mais estressadas com a tentativa de acasalamento, justamente porque viveram menos épocas de reprodução, e por isso acabam respondendo de maneira mais agressiva.

Acasalamentos bizarros

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Existem diversos rituais do acasalamento bizarros no mundo animal. No caso das girafas, por exemplo, o macho estimula a fêmea a ter vontade de urinar e ingere a urina para saber se ela está no cio. Já o porco-espinho atira um jato de urina que deve cobrir o corpo da fêmea — que, se tentar se desvencilhar do líquido e reagir com violência, não está no cio.

As rãs podem fingir a própria morte para escapar do acasalamento, mas o louva-a-deus tem uma situação muito mais real: a fêmea arranca a cabeça de seu parceiro e come. Com isso, ela garante que o macho passe adiante cerca de 90% de seus aminoácidos durante a ejaculação.

Fonte: Royal Society Open Science