Cacho de cobra-verde encontrado no Sul lança luz a fenômeno raro da biologia
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Em abril de 2021, um cacho de cobra-verde chamou a atenção do sulista Telmo Santos, e por sua vez, das redes sociais. Em 2022, a foto foi parar na revista científica Herpetological Review, para expicar um fenômeno raro da biologia, chamado agregação reprodutiva.
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Nessa condição, as cobras fêmeas secretam hormônios sexuais (feromônios), atraindo simultaneamente muitos machos através do olfato. O resultado é o bizarro cacho de cobra: os animais ficam todos embolados, como se fossem apenas um.
De acordo com a bióloga especialista em répteis Karina Banci, co-autora da nota publicada na revista científica, apenas um macho consegue realmente copular com essa fêmea. Isso acontece porque o macho secreta uma substância gelatinosa chamada ‘plug copulatório’ durante o ato, bloqueando a cloaca da fêmea por dias, tempo suficiente para os outros machos dispersarem.
Segundo a bióloga Silara Batista, co-autora da nota científica, o caso mais clássico de agregação reprodutiva envolve uma espécie norte-americana chamada cobra-liga-comum. O registro feito por Telmo Santos foi o primeiro caso de agregação reprodutiva entre cobras-verde (Philodryas olfersii) visto no Brasil.
A resposta da biologia para esse cacho de cobra é que o fenômeno aumenta as chances de sucesso reprodutivo da espécie.
Fonte: Herpetological Review, G1