Prótese medieval misteriosa é encontrada em esqueleto na Alemanha
Por Augusto Dala Costa | Editado por Luciana Zaramela | 27 de Novembro de 2023 às 18h26
Arqueólogos desenterraram, na Alemanha, um esqueleto com uma curiosa prótese de metal nas mãos de até 600 anos atrás. Com datação por radiocarbono, descobriu-se que o homem tinha entr 30 e 50 anos quando foi enterrado, tendo falecido entre os anos de 1450 e 1620, sem dados mais precisos por enquanto. As informações são do Escritório Estatal de Preservação de Monumentos da Bavária, responsável pela região ao sul do país.
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A prótese é feita de ferro e substituía quatro dedos da mão esquerda. Os dedos foram, aparentemente, amputados, mas não se sabe como o antigo homem perdeu essa parte da mão e como fez uso da prótese — ela pode ter tido apenas um uso estético, ou alguma pequena ajuda em tarefas mais simples.
Como era a prótese medieval
Os dedos substituídos pela prótese canhota eram o indicador, médio, anelar e mindinho. Todos foram feitos individualmente em uma folha metálica e eram imóveis, ficando estáticos em uma posição levemente curvada, paralelos um ao outro. É provável que o aparato tenha sido amarrado ao coto da mão. Um material semelhante à gaze também foi encontrado no interior da prótese, o que provavelmente foi usado como estofamento, para suavizar o contato com a prótese.
O esqueleto estava em um túmulo próximo a uma igreja em Freising, cidade vizinha da capital do estado da Bavária, Munique, no sudeste da Alemanha. Segundo o departamento responsável, já foram encontradas cerca de 50 próteses parecidas na Europa Central, entre 1300 e 1500 d.C. (Era Medieval) e 1500 e 1800 d.C. (início da Idade Moderna).
Um exemplo curioso e avançado de prótese é a usada pelo cavaleiro alemão do século XVI Götz von Berlichingen, que perdeu a mão direita para um tiro de canhão durante uma batalha. Sua mão artificial era articulada e, segundo o departamento, extraordinariamente complexa do ponto de vista técnico. Freising foi palco de inúmeras batalhas, incluindo a Guerra dos Trinta Anos (1618 - 1648), quando o número de amputações provavelmente cresceu, junto à demanda por próteses, como a do misterioso sujeito medieval.