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Prótese medieval: o esqueleto do homem que usava faca no lugar da mão amputada

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Janeiro de 2022 às 13h40

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OudsidEscape/Pixabay
OudsidEscape/Pixabay

Ainda em 2018, arqueólogos fizeram uma descoberta bastante inusitada em uma de suas escavações: um homem que tinha uma faca presa no braço, substituindo a mão amputada.

O esqueleto foi encontrado em uma necrópole em Lombardos, na Itália, e era de um italiano medieval com idade entre 40 a 50 anos. A amputação estava feita a partir do meio do antebraço, e os cientistas passaram a buscar por informações sobre a vida do homem e as consequências que a perda do membro trouxe para a sua vida na época.

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De acordo com a pesquisa que relata a descoberta, a amputação pode ter acontecido por razões médicas. "Talvez o membro anterior tenha sido quebrado devido a uma queda acidental ou algum outro meio, resultando em uma fratura incurável", diz o estudo, que não descarta a possibilidade de o membro ter sido perdido durante uma luta.

Desgastes e transformações

Os pesquisadores apontam ainda que os dentes do homem contavam com desgastes extremos, como uma grande perda de esmalte e uma lesão óssea. O estudo diz que a profundidade dos desgastes era tanta que abriu cavidades pulpares (região inervada e vascularizada dos dentes) no lado direito da arcada, o que provocou uma infecção bacteriana.

Isso pode ter acontecido pela ação do próprio homem, ao, supostamente, usar os dentes para ajudar a apertar o tecido que mantinha a prótese presa no braço. Essa evidência também é vista no ombro, que desenvolveu uma espécie de crista óssea em forma de C. Essa característica pode ter sido formada pelo movimento frequente feito pelo homem na hora de apertar a prótese.

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O estudo explica também que o homem estava com o braço direito dobrado em cima de seu torso, com uma lâmina de faca ao lado alinhada com a parte amputada. No local da amputação, os pesquisadores encontraram também uma fivela em forma de D e um material orgânico que já estava decomposto, provavelmente uma faixa de couro.

Os cientistas concluíram que o homem viveu bastante tempo após a amputação, levando em conta que na época não existia antibióticos, conseguindo se adaptar bem à condição.

Fonte: ScienceAlert,  Journal of Anthropological Sciences