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Por que nunca foram encontrados restos mortais dentro do Titanic?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NOAA/Unsplash
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O naufrágio do Titanic é uma das tragédias marítimas que mais desperta fascínio e curiosidade, mesmo que o acidente na porção norte do Oceano Atlântico tenha ocorrido há quase 112 anos. O porquê desse interesse pode estar ligado a alguns mistérios escondidos nas profundezas, como o destino da maioria das vítimas. Mais de 1,1 mil corpos nunca foram encontrados, nem pistas dos restos mortais foram localizadas.

Há uma hipótese, pouco aceita, de que os corpos das vítimas do Titanic estão escondidos nos escombros submersos do transatlântico. No entanto, a ideia mais provável é que os últimos vestígios já tenham se desintegrado, sobrando apenas roupas, joias e outros materiais não degradáveis. 

O naufrágio do Titanic

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Em abril de 1912, quando o Titanic naufragou, a embarcação transportava cerca de 2,2 mil pessoas, divididas entre passageiros e tripulantes. Desse total, aproximadamente 1,5 mil teriam morrido. Só que apenas 340 corpos foram devidamente identificados. 

A questão é que, mesmo após a descoberta dos destroços do navio em 1985, os restos mortais da maior parte das vítimas nunca foram localizados.

Visitando os destroços do Titanic

Até hoje, o cineasta e diretor do filme Titanic, James Cameron, é uma das pessoas que mais visitaram os destroços submersos da embarcação. No total, foram 33 expedições para o local, sendo que, em inúmeras dessas viagens, foram gravados vídeos dos destroços, incluindo o interior da embarcação que um dia foi luxuosa. 

Durante as expedições, “não vi nenhum resto mortal humano”, afirma Cameron para o jornal The New York Times. “Vimos roupas. E vimos pares de sapatos, o que sugere fortemente que houve um corpo ali, em algum momento. Mas nunca encontramos nenhum vestígio humano”, acrescenta.

Onde foram parar os corpos?

Existe uma explicação muito simples do porquê os corpos das vítimas do Titanic não foram encontrados junto à embarcação. Enquanto o navio afundava, muitas pessoas se jogaram ao mar, sendo que algumas estavam com coletes salva-vidas. Especialmente neste último caso, o colete impediu que elas afundassem e podem ter sido arrastadas para muito longe por causa de tempestades em alto mar ou apenas pelas correntes oceânicas e pelas ondas. É uma tarefa quase impossível localizar cada um dos mais de mil corpos perdidos no oceano Atlântico.

Hipótese da profundidade de compensação dos carbonatos

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Pensando que algumas vítimas tenham afundado junto ao transatlântico, o oceanógrafo e especialista em arqueologia subaquática, Robert D. Ballard, explica que, muito dificilmente, os corpos permaneceriam preservados mais de 110 anos depois.

Para Ballard, as criaturas marinhas, como peixes e outros organismos, teriam consumido o corpo das vítimas, deixando os ossos visíveis. Um estudo revela que mais de 30 espécies vivam em meio às estruturas. A questão é que, na profundidade em que os destroços do Titanic descansam, a cerca de 4 mil metros de profundidade, esses vestígios teriam se decomposto.

A explicação está no conceito de profundidade de compensação dos carbonatos (CCD, em inglês). De forma simples, é a profundidade oceânica a partir da qual a taxa de formação de carbonato de cálcio no sedimento — algo próximo da fossilização — é menor que sua taxa de dissolução. Isso significa que a probabilidade de preservação desses sedimentos é quase impossível.

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“Agora, no Mar Negro, como não há criaturas para devorar [os corpos], os ossos não devem ficar expostos. Então você deveria ter fósseis perfeitamente mumificados”, sugere o especialista Ballard, em entrevista para o National Public Radio (NPR).

Entretanto, na região onde o Titanic afundou, esta não parece ser uma hipótese válida, e as chances de encontrar vestígios humanos reconhecíveis é infinitamente baixa, o que diminui ainda mais a cada ano.

Fonte: NYTNPR e NOAA