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O que sabemos sobre a Zelândia, o continente perdido e 95% submerso

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Josh Withers / Unsplash
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América, África, Ásia, Europa, Oceania e Antártida: esses são os continentes mais comumente estudados desde a infância até a vida adulta. Mas você sabia que existe outro continente chamado Zelândia, localizado no sudoeste do Oceano Pacífico, e que está 95% submerso?

Essa área foi reconhecida como um continente por geólogos apenas em 2017. Também conhecida como Te Riu-a-Māui — o nome Māori para a Zelândia —, o território apresenta uma porção da crosta terrestre elevada em relação ao fundo do oceano, é composta por rochas continentais e possui limites bem definidos — mesmo estando quase totalmente submersa.

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As estimativas mais recentes indicam que Te Riu-a-Māui tem cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados. Sua parte visível está localizada entre a Nova Zelândia e a Nova Caledônia.

Origem no supercontinente Gondwana

Nick Mortimer, cientista da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, realizou uma revisão dos estudos já publicados sobre a Zelândia. Entre os pontos destacados está o fato de que Te Riu-a-Māui se originou a partir do antigo supercontinente Gondwana.

“Entre 85 e 60 milhões de anos atrás, a Zelândia começou a se separar de Gondwana para se tornar um continente independente. Desde seu afundamento máximo, há 25 milhões de anos, movimentos nos limites das placas tectônicas formaram as Ilhas Norte e Sul”, explicou Mortimer em comunicado.

Segundo o especialista, que publicou suas conclusões em junho de 2025 na New Zealand Journal of Geology and Geophysics, a Zelândia concluiu seu processo de separação de Gondwana há cerca de 55 milhões de anos.

Pequenas porções de terra visível

Uma das principais características do novo continente é o fato de contar com vasta área submersa e apenas estreitas faixas de terra emersa. Nos demais continentes, ocorre o oposto: a porção de terra acima do nível do mar costuma ser muito maior do que a parte submersa.

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Te Riu-a-Māui também se caracteriza por frequentes terremotos e atividades vulcânicas, consequência de sua localização entre as placas tectônicas do Pacífico e Australiana.

“A tectônica, a geologia e as origens da Zelândia fornecem contexto para a compreensão de seus riscos naturais e de seus recursos”, destacou Mortimer.

Longo caminho de investigações

Nick Mortimer ressalta que muitas das evidências sobre a Zelândia só foram obtidas graças ao avanço das ferramentas de sensoriamento remoto, como dados geológicos via satélites marinhos. Ainda assim, o pesquisador afirma que há muito a ser descoberto.

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“Respondemos a muitas perguntas sobre ‘o quê, quando e como’, mas muitos ‘porquês’ ainda são desconhecidos — como ‘por que o supercontinente Gondwana se fragmentou?’ e ‘por que existem tantos vulcões extintos espalhados pela Zelândia?’”, pontua o cientista da Universidade de Otago.

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Fonte: Scimex; New Zealand Journal of Geology and Geophysics