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Novo estudo sugere que o cérebro humano usa computação quântica

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Outubro de 2022 às 17h10

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alexstand/envato
alexstand/envato

Uma nova pesquisa encontra sinais de que o nosso cérebro usa computação quântica em seu funcionamento. Um artigo descrevendo a descoberta foi publicado no periódico Journal of Physics Communications, trabalho de cientistas da universidade Trinity College Dublin. A ideia veio a partir de um método utilizado anteriormente para provar a existência de gravidade quântica.

As funções cerebrais que mostraram trabalhar na base quântica também estão relacionadas à memória de curto prazo e consciência de si, o que sugere que esses processos podem fazer parte das funções cognitivas e conscientes do órgão. Agora, os resultados precisam ser confirmados por análises multidisciplinares, que poderão melhorar nosso entendimento acerca do funcionamento do cérebro.

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Gravidade quântica e o cérebro

No experimento para provar a gravidade quântica, os pesquisadores utilizaram sistemas quânticos conhecidos (um conjunto de prótons ou elétrons que conhecemos, basicamente), colocando-os para interagir com sistemas quânticos desconhecidos. Se os sistemas conhecidos passam por entrelaçamento, então isso significa que o sistema desconhecido deve, também, ser quântico: é a gravidade quântica. Isso pode, inclusive, contornar as dificuldades que temos em encontrar sistemas de medição de sistemas desconhecidos.

Em relação ao cérebro, foi utilizado o spin (caminho possível traçado por partículas quânticas) de líquido cerebral como sendo o sistema conhecido. Esse líquido é gerado naturalmente no cérebro, e o spin de seus prótons pode ser medido através de ressonância magnética. Utilizando uma técnica especial para buscar os spins de entrelaçamento, foram encontrados sinais que lembram os potenciais gerados por batimentos cardíacos, uma forma de sinais eletroencefalográficos, ou seja, de corrente elétrica do cérebro.

Potenciais eletrofisiológicos, como os do coração, normalmente passam por ressonâncias magnéticas sem serem detectados, então os cientistas concluíram que só os puderam notar porque os spins do núcleo dos prótons estavam entrelaçados. Caso o entrelaçamento seja a única explicação possível, então isso significa que os processos cerebrais devem ter interagido com os spins nucleares, mediando o entrelaçamento. Em outras palavras, essas funções cerebrais devem ser quânticas.

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Processos cerebrais quânticos podem explicar por que ainda conseguimos nos sair melhor do que supercomputadores na hora de prever situações inesperadas, na tomada de decisões ou no aprendizado de coisas novas. O mistério biológico da consciência pode estar mais perto de ser desvendado, já que os processos podem ser parte importante da cognição e consciência própria.

Além do potencial de compreensão do cérebro e suas percepções, a descoberta também poderá servir de base para desenvolver tecnologias inovadoras, como a construção de computadores quânticos mais avançados.

Fonte: Journal of Physics Communications